Brasília – Os resultados da balança comercial continuam batendo recordes. A balança comercial acumula no ano, até o dia 5 de outubro, superávit de US$ 18,257 bilhões, um novo resultado histórico.
No período, as exportações somam US$ 53,822 bilhões e as importações, US$ 35,565 bilhões. Na primeira semana de outubro, o saldo foi positivo em US$ 455 milhões. O saldo da primeira semana é produto de exportações de US$ 1,032 bilhão e de importações de US$ 577 milhões. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Secex).
As vendas diárias de produtos brasileiros para o exterior cresceram na primeira semana de outubro em média 22,2%, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Secex, as exportações diárias somaram, no período, uma média de US$ 344 milhões, enquanto a média diária referente a outubro do ano passado totalizou US$ 281 milhões.
Os manufaturados – especialmente fio máquina de ferro e aço, laminados planos, óleos combustíveis, polímeros de etileno, madeira, chassis com motor, autopeças, móveis, bombas e compressores, suco de laranja, motores automotivos – e os básicos – algodão, soja em grão, minério de ferro, carne bovina, suína e de frango – foram os principais responsáveis pelo incremento. No período, as vendas externas de manufaturados e básicos aumentaram em média 30,7% e 22,3%, respectivamente, em relação à média registrada em outubro de 2002. Já as vendas de semimanufaturados permaneceram estáveis (0,9%) em relação ao mesmo período do ano passado.
Agronegócio
As exportações do agronegócio atingiram US$ 22,37 bilhões de janeiro a setembro deste ano, um resultado 24,6% superior ao registrado em igual período de 2002, segundo dados consolidados pela Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura. As vendas de carnes, complexo soja (grão, farelo e óleo) , papel e celulose, algodão, frutas e sucos de frutas, foram as maiores responsáveis pelo novo recorde histórico das exportações do agronegócio brasileiro. Até agora, em 2003, o agronegócio brasileiro aumentou para 42,4% sua participação no total das vendas nacionais ao exterior. O superávit da balança comercial do setor nesses primeiros nove meses do ano cresceu 29,3% em relação ao ano passado, chegando a US$ 18,83 bilhões. É o maior saldo já registrado desde 1989.
Os embarques do complexo soja, que somaram US$ 6,31 bilhões até setembro, já ultrapassaram em US$ 311 milhões o total exportado em igual período de 2002. De janeiro a setembro de 2003, a China foi a maior compradora de soja, com US$ 1,37 bilhão, 82% a mais que no ano passado. As importações do agronegócio no período somaram US$ 3,53 bilhões, um resultado 4,5% acima das compras registradas de janeiro a setembro de 2002. Aumentaram as compras de cereais, farinhas, produtos lácteos, bebidas e borracha natural.
Dentro do bloco de países responsáveis por 70% de nossas vendas externas, destaca-se a União Européia, que aumentou suas compras em 22,5% no período em comparação a 2002. Os embarques para o Nafta, composto por México, Estados Unidos e Canadá, subiram 17%. Para a Ásia, o acréscimo foi de 37,6%. Nesse mesmo período, a Argentina aumentou em 79% suas compras do Brasil.
Apesar do bom resultado, em setembro, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 3,11 bilhões. Isto significou uma queda de 4,8% em relação a 2002. A redução é atribuída à base de comparação anterior muito elevada. No mesmo mês de 2002, houve a regularização de registros de embarques de commodities ocorridos em meses anteriores, o que distorceu o resultado final.
Mesmo assim, o resultado é 42% superior à média calculada para setembro nos últimos cinco anos. O superávit do mês chegou a US$ 2,68 bilhões, resultado 7,5% inferior aos US$ 2,9 bilhões de setembro de 2002.
No acumulado dos últimos 12 meses, entre outubro de 2002 e setembro de 2003, as exportações do agronegócio somaram US$ 29,25 bilhões, outro recorde histórico para esse período e um desempenho 23,6% superior aos US$ 23,7 bilhões embarcados nos 12 meses anteriores. O superávit da balança do agronegócio desse período somou US$ 24,6 bilhões, um resultado 28% acima dos US$ 19,2 bilhões alcançados entre outubro de 2001 e setembro de 2002.