Avicultura mantém ajustes na produção

O setor avícola paranaense segue o ritmo de ajustes na produção de frangos de corte. Dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) revelaram um aumento de 10,7% no número de cabeças abatidas em março se comparado com a produção do mês anterior. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná, Domingos Martins, o aumento é irreal e se deve pelos dias a mais de produção em março.

Os ajustes foram definidos para manter o ritmo de produção equilibrado com a demanda do mercado. Para isso, as indústrias paranaenses podem eliminar as horas-extras de funcionários, voltar a operar com a semana ?inglesa? (funcionamento entre segunda e sexta-feira) e reduzir o número de pintos alojados para 300 milhões de cabeças.

Uma análise dos dados de abate revela que o número de cabeças abatidas em fevereiro e março foi praticamente o mesmo, correspondendo a, em média, 2,96 milhões de aves/dia. ?Parte da produção de frangos de fevereiro, praticamente os 10% calculados no aumento, foi repassada para março, que é um mês mais longo?, explica Martins. Até o final de 2006, o setor avícola paranaense pretende encolher a produção em 25%.

Outro fator que influiu no aumento irreal do abate de aves no mês passado foi o grande número de matrizes abatidas, decorrente do plano de ajuste na produção definido pelo setor na segunda quinzena de fevereiro. O excesso de aves nos alojamentos também garantiu o aumento no abate de frangos de corte. ?Essa baixa na produção deverá ser sentida com mais força apenas em abril?, disse o presidente do Sindiavipar.

A queda acentuada no preço do quilo de frango para o consumidor final também teve sua ênfase no número de aves abatidas em março. De acordo com Martins, muitas empresas optaram por antecipar o abate das aves para diminuir o custo na produção e na tentativa de fazer uma conversão alimentar melhor. Nos primeiros 30 dias, o crescimento do animal é mais acentuado. Depois deste período, a engorda é mantida, o que aumenta os custos com alimentação das aves e diminui o lucro final com a venda do frango ao consumidor.

A indústria Globoaves, de Cascavel, reduziu o número de matrizes em 20% no primeiro trimestre de 2006. O diretor de produção da empresa, Vítor Hugo Brandalise, afirma que a redução se deve especialmente à falta de mercado para venda de pintainhos. O abate de frangos da empresa também foi reduzido em média 15% nos primeiros três meses do ano. A partir de abril, a indústria deverá manter o descarte normal de matrizes.

Exportações

Dados da Associação de Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar) revelam que, em março, a receita das exportações do Estado diminuiu 4,8% em relação a fevereiro deste ano, somando US$ 68,55 milhões. Já em relação ao mesmo período do ano passado o valor das exportações em dólares registrou aumento de 5,09%.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, esse aumento se deve especialmente à valorização dos produtos industrializados derivados do frango, como embutidos e conservas. ?Por causa da baixa nas exportações dos últimos meses, o setor avícola investiu na comercialização de produtos de mais valor, o que garantiu o aumento com relação ao ano passado?, explica Martins. Já o volume exportado em março cresceu 4,12% se comparado ao mesmo período do ano passado. De fevereiro para março as vendas para o mercado externo aumentaram 2,74%, passando de 58,2 mil toneladas para 59,82 mil toneladas no mês passado.

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