Alimentos e bebidas pesam no bolso do consumidor em Curitiba

Os alimentos e bebidas foram o grupo que mais pesou positivamente na variação de 0,70% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de março, em Curitiba. O indicador, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma espécie de prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA. A taxa curitibana foi maior que a média nacional, de 0,55%. No entanto, o índice acumulado nos três primeiros meses do ano é menor na capital paranaense: 1,67%, contra 2,02% no País. Nos últimos doze meses, os índices são quase iguais: 5,19% em Curitiba e 5,09% no Brasil.

O IPCA-15 de março, em Curitiba, recuou 0,05 ponto percentual em relação à taxa de fevereiro (0,75%), mas é maior que o baixo índice de janeiro (0,21%). Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, houve alta em sete. Os alimentos e bebidas aumentaram 2,51%, bem mais que na média nacional (1,22%). A segunda maior alta aconteceu nas despesas pessoais (1,34%). Os dois grupos em que houve baixa foram os de transportes (-0,61%) e artigos de residência (-0,14%).

Individualmente, os 10 itens cujos preços mais aumentaram em Curitiba, no período pesquisado (de 11 de fevereiro a 15 de março), estão no grupo dos alimentos. O maior aumento foi no tomate (39,80%). Em seguida, vieram a alface (29,53%) e o repolho (22,24%), que são os produtos que mais encareceram no ano, segundo o IPCA-15, com taxas de 53,33% e 68,07%, respectivamente. A couve-flor (18,87%), a laranja-pera (15,21%), o açúcar refinado (15,14%), o brócolis (14,66%), a batata-inglesa (10,11%), a cenoura (9,67%) e a melancia (9,24%) completam o grupo.

Por outro lado, o grupo transportes exerceu forte influência para puxar o IPCA-15 de Curitiba para baixo. A redução de 0,61% nos preços do grupo, após alta de 0,53% em fevereiro, foram causadas principalmente por baixas nas passagens de avião (-7,65%) e nos combustíveis para veículos, que caíram, em média, 2,30%. A maior baixa foi no etanol (-4,52%), seguida pela gasolina (-2,08%) e o óleo diesel (-0,50%). No ano, porém, o etanol ainda apresenta forte alta, de 9,02%.

Nacional

Entre os índices regionais, o maior, em março, continuou com Belém (1,12%). Goiânia foi o único município que teve deflação (-0,19%). Além da queda nos preços dos combustíveis, o recuo no índice nacional do grupo de transportes 0,41%, contra 1,28% em fevereiro também sofreu influência das tarifas dos ônibus urbanos, que tiveram índice de 3,84%, no mês passado, e 1,70% em março. No mês anterior, municípios como Belém (8,80%), Rio de Janeiro (6,82%) e Porto Alegre (6,52%) aumentaram suas tarifas.

Porém, o IBGE atribui o recuo na taxa nacional de março, na comparação com fevereiro, principalmente devido ao grupo educação. De acordo com o instituto, os reajustes sazonais de início do ano ficaram concentrados em fevereiro. Curitiba teve um índice de 0,77%, acima da média nacional de 0,55%, mas bem abaixo do aumento de 5,36% que aconteceu no mês anterior. Pesaram na taxa curitibana de março aumentos na pós-graduação (2,17%) e em artigos de papelaria, como o caderno (3,53%).