Doleiro não comparece para depor na CPI do Banestado

O ?doleiro? Antonio de Oliveira Claramunt, o ?Toninho Barcelona?, não compareceu hoje para depor perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado. Ele não foi encontrado pela Polícia Federal, que havia sido acionada para localiza-lo e encaminha-lo para o depoimento, que o procurou nos vários endereços dados por ele à polícia.

O presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), decidiu solicitar sua ?condução coercitiva?, por decisão da Justiça, e ele irá à comissão acompanhado por força policial.

Para evitar que ?Toninho Barcelona? fuja no decorrer das investigações da comissão, Paes de Barros disse que vai pedir à Polícia Federal que recolha o passaporte do suspeito. A CPMI decidiu convocar o ?doleiro? depois que escutas telefônicas, realizadas com permissão da justiça, indicaram o envolvimento de ?Toninho Barcelona? em transações ilegais de remessas de dólares ao exterior, por meio de contas CC-5, usadas para depósitos no exterior para empresas sediadas e brasileiros residentes em países estrangeiros.

Na próxima terça-feira (27) está previsto o depoimento do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, que deverá explicar aos senadores e deputados da comissão a existência ou não de contas bancárias suas no exterior que, de acordo com autoridades policiais e o Ministério Público estadual de São Paulo, foram alimentadas com recursos desviados de obras públicas à época em que ele era prefeito da capital paulista.

A ex-mulher de Celso Pitta, Nicéia Camargo, comprovou, perante a CPMI, a existência de pelo menos uma conta de Celso Pitta, no valor de US$ 1 milhão, que foi aberta em Nova Iorque, migrou para um paraíso fiscal no Caribe, daí para a Alemanha e, por último, para a Suíça, onde o dinheiro está bloqueado pela justiça até decisão das autoridades judiciais brasileiras sobre o assunto.

O relator da comissão, deputado José Mentor (PT-SP), apresentou hoje requerimento de prorrogação, por mais 180 dias, a partir de junho próximo, quando termina o prazo de funcionamento da CPMI, para poder dar tempo à conclusão dos trabalhos. Mentor argumenta que a comissão encontra-se no meio dos seus trabalhos e que, embora algumas investigações estejam praticamente concluídas, algumas estão apenas sendo iniciadas, além da ampla documentação que precisa ser examinada.

O requerimento precisa ser votado, separadamente, pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados para ser aprovado. A discussão sobre o mérito do pedido do relator será feita na reunião de terça-feira próxima, antes do depoimento de Celso Pitta. Mentor prometeu um relatório parcial dos trabalhos da comissão em junho.

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