Dólar reage aos juros e volta a fechar em alta

São Paulo – O dólar comercial voltou a fechar em alta nesta quarta-feira. A moeda americana terminou o dia em elevação de 0,23%, a R$ 2,992 na compra e R$ 2,995 na venda. A primeira reação à queda de 2,5 pontos percentuais na taxa básica de juro foi negativa, elevando o dólar a máxima do dia, com alta de 0,97% sobre o fechamento de anteontem, a R$ 3,017. A pressão, no entanto, perdeu força logo depois.

Também mostraram recuperação os títulos da dívida brasileira negociados no exterior. O C-Bond, principal título da dívida, que vinha caindo durante todo o dia, inverteu a tendência logo após o anúncio do BC e estava às 17h05m em alta de 0,77%, a 89,31% de seu valor de face. O Global 40, título de longo prazo, subia 0,96%, para 89,25% de seu valor de face. Já o risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro no Brasil apresentava queda de 3,04%, para 733 pontos base. O risco é calculado pelo banco J.P Morgan.

O economista Alexandre Bassoli, do HSBC Investiment, disse que, em princípio, o impacto de uma redução acentuada dos juros poderia estressar o mercado, reduzindo o fluxo de capitais. Por outro lado, afirmou, a queda continuada dos juros aponta para uma perspectiva de inflação sob controle e crescimento da atividade econômica.

“O crescimento da economia acaba compensando o impacto primário negativo”, afirmou.

À espera do resultado do Copom, o mercado andou de lado pela manhã. Além da Selic, os investidores estiveram atentos ao resultado do leilão de swap cambial e aos índices de inflação. O Banco Central renovou pouco mais de 40% do principal da dívida cambial que vence em 1.º de setembro. Na primeira operação, para a tranche de US$ 930 milhões, o governo vendeu US$ 384,9 milhões em contratos de swap cambial e garantiu a renovação de 41,4% do principal desse vencimento.

Os investidores também estiveram de olho nesta quarta-feira nos índices de inflação. Os preços voltaram a subir, apesar de não pegar ninguém de surpresa. Já se esperava nova alta da inflação em agosto por causa do reajuste de algumas tarifas públicas. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) voltou a registrar inflação na segunda quadrissemana de agosto, de 0,24%. O índice vinha apresentando resultado negativo há seis semanas. Na prévia anterior, o IPC teve deflação de 0,01% e, na segunda quadrissemana de julho, registrou uma queda de -0,35%.

A segunda prévia de agosto do Índice Geral de Preços no Mercado (IGP-M) também registrou inflação de 0,18%, depois de três meses consecutivos de deflação. Na segunda prévia de maio, o indicador teve queda de 0,28% nos preços; no mesmo período de junho, a deflação foi de 0,66% e na segunda prévia de julho, de 0,35%. No ano, o índice acumula alta de 5,65% e, nos últimos 12 meses, de 22,63%.

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