Depoimento de Marcola acontecerá fora da Câmara

O depoimento do líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho – mais conhecido como Marcola -, à CPI do Tráfico de Armas não será feito nas dependências da Câmara dos Deputados. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira pelo presidente Aldo Rebelo.

Marcola está no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior paulista. A CPI quer ouvi-lo sobre o comércio ilegal de armamentos e sobre o vazamento de informações sigilosas da comissão para o PCC, ocorrido às vésperas da onda de ataques criminosos em São Paulo. A CPI gostaria de tomar o depoimento na Câmara, mas o presidente Aldo Rebelo argumenta que o deslocamento de Marcola não é seguro para as pessoas que trabalham e circulam na Casa.

"A CPI pode colher as informações desejadas, pois julga importante ouvir pessoas envolvidas com o crime organizado. Mas esse e outros depoimentos da mesma natureza não serão tomados na Câmara", disse Aldo. "Para a segurança dos servidores, dos visitantes e dos próprios deputados não é apropriado que esse tipo depoimento aconteça nas dependências da Casa", explicou.

Procedimentos de rotina

O presidente negou as notícias de que a Câmara teria recebido ameaças de bomba por parte de integrantes do PCC. Segundo ele, os procedimentos de segurança adotados no último fim de semana foram de rotina. "Eles não estão relacionados a uma preocupação particular, específica ou a qualquer tipo de ameaça", afirmou. Aldo acrescentou que é natural adequar os instrumentos de segurança das instituições em momentos de grande incidência de ações criminosas.

Um dos novos procedimentos em vigor é o uso de detectores de metais nas audiências públicas de CPIs. A medida já será aplicada, nesta terça-feira (23), no depoimento dos advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina Rachado à CPI do Tráfico de Armas. Eles são acusados de subornar Arthur Vinícius Pilastre da Silva, ex-prestador de serviços de uma empresa terceirizada à Câmara, para repassar informações sigilosas aos líderes do PCC. Pilastre Silva estará presente e poderá passar por uma acareação com os advogados do PCC.

Agenda

No início da tarde desta terça-feira, deputados da CPI do Tráfico de Armas vão se reunir com integrantes do Conselho Nacional de Justiça, no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles vão discutir propostas consensuais de combate ao crime organizado.

Já na quarta-feira (24), a CPI fará mais uma audiência pública para debater o bloqueio de aparelhos celulares nos presídios brasileiros. Desta vez, foram convidadas as operadoras de telefonia celular. Devem falar os presidentes das empresas Claro, Luís Cosío; Vivo, Roberto Lima; e TIM, Mário Cesar Pereira de Araújo.

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