São Paulo (AE) – Edílson Pereira de Carvalho, preso desde sábado na sede da Polícia Federal, em São Paulo, não é o único árbitro envolvido na máfia do apito. Paulo José Danelon, outro do quadro de arbitragem da Federação Paulista, confessou nesta quarta-feira a sua participação no esquema de manipulação de resultados dos futebol brasileiro. Em depoimento, ele disse que recebeu R$ 30 mil para ‘fabricar’ três resultados do Campeonato Paulista deste ano.
Em seu depoimento aos promotores que acompanham o caso, durante mais de 5 horas, na sede da PF, Paulo José Danelon revelou que foi procurado em setembro de 2004 por Nagib Fayad, empresário de Piracicaba que investia pesado em sites de apostas na internet.
Nagib Fayad queria procurar o árbitro Paulo César de Oliveira, que, a exemplo de Edílson, também pertence aos quadros da Fifa (Edílson já foi afastado), mas foi aconselhado por Danelon a não fazê-lo. A razão, ele explicou numa frase simples: "Ele é honesto, não adianta."
Danelon foi então cooptado pelo esquema e trabalhou a favor dos apostadores do site em três jogos do Paulistão/2005: Corinthians 3 x 0 Ponte Preta, Guarani 1 x 1 Atlético Sorocaba e Portuguesa Santista 0 x 1 União São João. Nos três casos, o resultado satisfez os interesses de empresário apostador.
Os três placares não interferiram no resultado final do Paulistão ? o título (do São Paulo) e o rebaixamento para a segunda divisão.