Teste de paciência

Viaduto em Curitiba é motivo de dor de cabeça para motoristas e pedestres

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

O viaduto do Orleans, que une a Rua Professor João Falarz, a Avenida Vereador Toaldo Túlio e os acessos para a BR-277, em Curitiba, é motivo de dor de cabeça para quem precisa passar por ali. Em qualquer hora do dia é possível notar um trânsito intenso de carros no local, junto a pedestres que precisam atravessar em meio aos veículos, já que ali não há nenhum sinaleiro voltado para eles.

Se você perguntar para quem está na região, seja a pé ou dentro de um veículo, como é o trânsito, provavelmente vai ouvir um suspiro seguido da palavra ‘caótico’ ou qualquer outra descrição parecida.

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Os problemas no viaduto não são recentes. Em junho, a Tribuna fez uma matéria apontando os dramas da região. Nesses quatro meses nada mudou – os motoristas e pedestres ainda enfrentam um caos diário para conseguir passar pelo trecho.

O viaduto do Orleans é importante porque além de conectar Curitiba e Campo Largo, une vários bairros, como Campo Comprido, CIC, Santa Felicidade e São Braz. Entretanto, o espaço é insuficiente para os cerca de três mil veículos que transitam por ali.

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Na segunda-feira (23), um vídeo que circulou em uma página do bairro mostra um caminhão bi-trem subindo o viaduto para fazer retorno e trancando parte da passagem por conta do curto espaço para passar.

A reforma no local é uma pauta antiga e conhecida pelos curitibanos. Em 2017, o prefeito Rafael Greca afirmou que faria uma grande rotatória para desafogar o trânsito. Mas isso não aconteceu.

Três anos após a promessa de Greca, a Prefeitura e o Governo do Paraná fizeram um convênio e montaram um projeto que seria a solução. Entretanto, a proposta foi rejeitada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) por conta das exigências da nova concessão das rodovias que cortam o Paraná, incluindo a BR-277.

Para a reforma ser permitida no trecho, um novo convênio precisa ser formado e aprovado, o que a Prefeitura confirma que já está em andamento. Enquanto isso não acontece, sobra para os motoristas e pedestres conviverem com o viaduto caótico.

Motoristas e comerciantes na bronca

O motorista Willians Almeida define o trânsito como complicado. Ele revela que passa todos os dias pelo viaduto do Orleans, de manhã e no período da tarde, e em alguns dias chega a levar 15 minutos para conseguir avançar e acessar a BR-277.

Almeida acredita que a otimização dos semáforos e transformação de uma via em preferencial poderiam ser possíveis soluções para o problema. “Tem que ter uma melhoria estrutural, de alguma forma ou de outra”.

Pedro Ricardo Bortolanza, motociclista. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

A situação é confirmada pelo motociclista Pedro Ricardo Bortolanza, que faz a rota três vezes na semana. “Esse trânsito para atravessar a Toaldo Túlio é sempre bem caótico. Dificilmente você vai pegar aqui em qualquer horário do dia sem movimento. De manhã então nem se fala”, afirma.

Além de testar a paciência de quem está no trânsito, o viaduto também atrapalha os comércios da região. Dono de um restaurante há dez anos, André Maurício Luersen comenta que o trecho sempre foi confuso, especialmente na manhã e final da tarde, e que algumas vezes prejudica o movimento do estabelecimento.

“As vezes quando acontece um acidente na BR-277 trava aqui, porque o pessoal começa a cortar caminho e aí os clientes não conseguem chegar até nós. Tem vezes que fica em torno de 15, 20 minutos parado”, diz.

Luersen reflete que um segundo viaduto ou uma passarela para pedestres poderiam ajudar a resolver o problema.

Pedestres se arriscam para atravessar viaduto do Orleans

O trecho do viaduto, que envolve a Rua Professor João Falarz, a Avenida Vereador Toaldo Túlio e os acessos para a BR-277, tem seis semáforos e nenhum deles possui sinal específico para pedestres.

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Portanto, quem está a pé e precisa atravessar alguma das ruas, ou corre ou fica na metade da pista, entre os veículos passando, para conseguir chegar do outro lado.

Moradora do bairro, Gisele Almeida relata que a partir das 15 horas mais veículos começam a passar pelo viaduto e a travessia fica ainda mais complicada. “A gente precisa ficar bem esperto, porque é bem perigoso atravessar aqui”.

Ela também acrescenta que muitos motoristas fazem uma conversão proibida para acessar a pista que leva até a BR-277 e, por isso, os pedestres devem ficar sempre em alerta. “Existe o projeto. Talvez um dia saia. Acho que a solução seria ter vias alternativas”, desabafa.

Sobre a falta de semáforos exclusivos para pedestres, a Superintendência de Trânsito (Setran) informa que conduzirá um estudo de fluxo no local, acompanhado de uma avaliação da viabilidade das obras de adequação necessárias para a implementação de botoeira para pedestres.

Quando vem a obra?

De acordo com a Prefeitura de Curitiba, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está elaborando um estudo preliminar para formalizar um novo convênio entre o município e o governo do Paraná, por intermédio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil).

“O convênio entre as partes tem foco na construção de um novo viaduto (paralelo ao existente) e de sistema viário dentro da faixa de domínio da rodovia, ambos sob a responsabilidade do Estado, e de um binário (fora da faixa de domínio da rodovia) com execução sob a responsabilidade do município”, diz nota.

Conforme detalha o Ippuc, o primeiro projeto não foi aprovado e precisou ser modificado porque a partir da nova concessão do trecho rodoviário de domínio federal, a ANTT prevê que sejam implantadas mais faixas de rolamento (tanto no sentido Curitiba como no sentido Interior do Estado) na BR-277.

“As exigências da nova concessão tornaram inviável a proposta inicial da construção da rótula estendida com a transformação do viaduto existente em passarela de pedestres. A alternativa constante no estudo preliminar é a da implantação de um binário sobre a rodovia com a manutenção do viaduto existente e a construção, pelo governo do Estado, de um novo viaduto em paralelo. Caberá à Prefeitura desenvolver o projeto viário nas ligações de ambos os lados da rodovia”, finaliza nota.

Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) destaca que “o trecho citado na demanda está incluído no Lote 1 de Concessão das Rodovias do Paraná. A ANTT informa que os estudos de viabilidade de concessão apontaram como intervenções fundamentais a duplicação e implantação de faixas adicionais em alguns trechos da BR-277/PR, sem necessidade de construção de viaduto na rodovia”.

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