Volta às aulas

Sindicato cobra diálogo com governo sobre volta às aulas no PR. Seed garante retorno seguro no dia 15

volta às aulas em curitiba covid-19
Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná.

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) não planeja mobilizar a categoria para uma greve, apesar de não estar satisfeita com o retorno das aulas presenciais marcadas para a segunda-feira (15) no Paraná. As atividades são no modelo híbrido (revezamento entre sala de aula e em casa), e deveria ter voltado no dia 1º de março, mas acabou sendo postergada por decreto estadual.

Em entrevista na manhã desta quinta-feira (11), a direção da APP relatou da preocupação do número crescente de casos ativos da covid-19 no Paraná. No entanto, a ideia é não deixar a impressão para a comunidade de abandono aos alunos e pais.

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Hermes Brandão, presidente do Sindicato, cobrou mais diálogo do governo estadual e que o ensino não pode ser culpado posteriormente pelo possível aumento de infectados e até de mortes. “Nos entendemos que não se tem estrutura para o retorno das aulas, mesmo com as medidas sanitárias adotadas. Temos um número insuficiente de profissionais no dia a dia, pois boa parte faz parte do grupo de risco. Neste momento não temos uma posição contrária à volta das aulas, mas não existe condição de aulas presenciais. Não estamos evitando de voltar ao trabalho, pois a nossa categoria trabalhou o ano passado todo e foi muito mais cansativo. Queremos voltar com segurança“, disse Hermes.

Segundo ainda a APP, com o retorno das aulas mesmo no sistema híbrido, vai colocar nas ruas pelo menos mais 500 mil pessoas no estado. Com este número elevado na circulação em todas as cidades do Paraná, a categoria acredita que não seria adequado o retorno aos colégios. “Não seria adequado realizarmos uma greve, mas sim na preservação pela luta da vida. Reforço que não tivemos um debate ideal e o governo impôs um processo danoso. Lamentamos esta decisão”, comentou o presidente da APP.

Seed garante aulas com segurança

O retorno das aulas presenciais na Rede Estadual de Ensino do Paraná está marcado para o dia 15 de março, seguindo o modelo híbrido. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seed), o retorno presencial dos alunos não é obrigatório e os responsáveis pelos estudantes podem seguir no ensino remoto.

Renato Feder, secretário de educação do Paraná, acredita que o estado está preparado para esta volta e garante que se alguém for contaminado, o protocolo de segurança prevê o fechamento até mesmo da escola.

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“A gente precisa voltar com segurança e o Paraná está preparado. Todas as nossas escolas irão seguir a recomendação da Secretaria Estadual de Saúde. A escola é um lugar controlado e se acontecer um caso confirmado temos protocolo que pode fechar uma turma ou mesmo a escola. Não podemos prejudicar todos os alunos do Paraná de terem o seu futuro ou aprendizado garantido”, explicou Feder, em entrevista para ao telejornal Bom dia Paraná desta quinta-feira.

No protocolo de segurança, os colégios devem proporcionar um escalonamento semanal, ou com outra periodicidade, a depender da estrutura, capacidade local e número de alunos matriculados. A ocupação máxima de cada sala deverá ser calculada de acordo com o espaço, respeitando distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os estudantes. Ainda de acordo com a resolução, está proibida a realização de atividades coletivas que possam ter aglomeração ou contato físico, incluindo esportes coletivos e modalidades de luta. O ambiente deve ser higienizado e a desinfecção de áreas internas e externas das escolas devem ser intensificadas.

Serviço essencial

educação foi considerada recentemente como um serviço essencial, mas, mesmo assim, acabou entrando nas medidas de restrições da quarentena restritiva dos últimos dias. Para Feder, nesse momento mais crítico o governo entendeu que apenas atividades de subsistência como alimentos, medicamentos, entre outros não prioritários. “É uma situação muito grave e mesmo a educação deve esperar. A hora que puder voltar o comércio, as aulas podem voltar junto. O atraso no calendário não vai ocorrer”, garantiu o secretário.