Justiça

Rapaz que matou cinco pessoas carbonizadas em acidente é posto em liberdade

Acidente aconteceu por volta das 6h, no quilômetro 141. Foto: Divulgação/PRF

O jovem que provocou um grave acidente na Linha Verde, em novembro do ano passado, em Curitiba, conseguiu autorização da Justiça para responder ao processo em liberdade. O Inquérito Policial foi encaminhado à Justiça e o juiz anulou o mandado de prisão de Douglas Henriques da Costa Gomes, de 21 anos. Ele responderá em liberdade pelo acidente em que cinco pessoas morreram carbonizadas.

A colisão frontal envolvendo dois veículos foi por volta das 6h no quilômetro 141, próximo ao quartel do Exército, na região do Pinheirinho. Um Picasso capotou, invadiu a pista contrária e acabou “caindo” sobre um Corcel II. Ambos pegaram fogo. No Picasso, havia quatro ocupantes e, no Corcel II, mais três pessoas.

Das vítimas fatais, Lucas Batista dos Santos, 24 anos, e Douglas Eduardo da Silva Miranda, 20 anos, estavam no veículo Picasso. No outro veículo, um Corcel, três colegas saiam do trabalho e seguiam para casa quando foram atingidos. Nele estava o motorista José Aparecido Gomes dos Reis, 46 anos, e os passageiros Douglas Santos, 23 anos, e Gabriel Cardoso de Lima, 21 anos.

Flávia Silva, 19 anos, esposa de Gabriel, ficou sabendo da liberdade do motorista nessa semana e ficou indignada. Ela está grávida de Gabriel e a filha deve nascer em junho. “A gente não acha isso justo, a gente quer pedir justiça. Não foi só o Gabriel que morreu, foram cinco pessoas e não é justo esse rapaz ficar solto como se não tivesse acontecido nada. Eles estavam voltando do trabalho e todos faleceram. A minha filha não vai ter oportunidade de conhecer o pai. Eu descobri que estava grávida na mesma semana do acidente”, contou.

O caso é um pouco diferente para a família de José Aparecido Gomes Reis. Isso porque mesmo depois de 74dias o corpo ainda não foi velado pela família, pois não foi liberado pelo Instituto Médio Legal (IML). De acordo com a Secretária de Segurança Pública (Sesp), este exame, em específico, levou mais tempo por conta do corpo carbonizado e da condição da amostra. Em média o exame leva 30 dias para ficar pronto, e segundo o orgão a liberação deve acontecer ainda nesta semana.

Investigações

O motorista que causou o acidente, Douglas, chegou a ser considerado foragido da justiça durante um período. Além disso, em depoimento à polícia, ele negou ter bebido, mas nas imagens de câmeras de segurança divulgadas pela polícia, o rapaz está em uma casa noturna, ingerindo bebida alcoólica antes de dirigir e se envolver no acidente. Conforme a polícia, a conta do rapaz no estabelecimento fechou em R$ 200. Depois de comparecer à delegacia, Douglas deixou o local pela porta da frente acompanhado de um advogado e com um casaco cobrindo o rosto.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na época, o motorista do Picasso não permaneceu no local para ajudar a socorrer as vítimas. Mas o passageiro que seguia com ele e sobreviveu foi socorrido pelo Siate e encaminhado ao Hospital Evangélico. Este sobrevivente, identificado como João Paulo Marques, e que estava no mesmo carro que Douglas conduzia no momento da colisão, admitiu que os rapazes estavam em uma festa minutos antes e haviam ingerido bebida alcoólica. A testemunha alegou ainda que o carro invadiu a pista contrária quando estavam em uma velocidade aproximada de 150 quilômetros por hora.