Paralisação

Povo corre contra o tempo após greve dos bancários

Foto: Gerson Klaina.

A greve dos bancários no Paraná fechou, por tempo indeterminado, 360 agências desde a meia-noite desta terça-feira (6). A paralisação segue a orientação do Comando Nacional dos Bancários, para que funcionários de bancos de todo o país cruzem os braços. Em Curitiba, durante uma rápida passagem pelas ruas da capital, a reportagem da Tribuna do Paraná encontrou gente correndo contra o tempo para não ficar na mão.

A expectativa dos bancários é de que os 18.500 trabalhadores da base do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região integrem a greve nos próximos dias. No bairro Portão, na Rua João Bettega, pelo menos duas agências, do Santander e do Bradesco, funcionaram até o final da manhã, mas a previsão era de que os clientes encontrassem as portas fechadas no período da tarde.

“Eu vim correndo quando soube da greve. Precisava tirar o dinheiro da aposentadoria do meu marido, que tem Alzheimer, e não tinha como esperar porque as contas já chegaram”, disse Neusa Maria Keskoski. Precavida, a dona de casa, que tem 70 anos, retirou todo o dinheiro para evitar dor de cabeça. “Eu mal sabia mexer na máquina, mas vim mesmo assim e me virei nos trinta”.

A poucas quadras dali, numa agência da Caixa Econômica Federal (CEF), apenas os caixas eletrônicos funcionavam. “Ouvi dizer que tem alguns bancos abertos, mas aqui foi só o caixa eletrônico mesmo. Paguei o que consegui aqui e agora vou até a lotérica ao lado para terminar o que eu vim fazer”, disse Fábio Miranda França, de 37 anos.

Ir até a lotérica foi a opção que muita gente acabou tomando, para evitar que as contas atrasassem. As filas estavam longas em vários desses estabelecimentos da capital paranaense, mas o atendimento não demorava.

Greve continua

A proposta apresentada pela Fenaban, de reajuste de 6,5%, de acordo com o Sindicato dos Bancários, está abaixo da inflação. Foi oferecido também abono de 3 mil (não incorporado ao salário), o que traria perdas de 2,8% nos salários, conforme os bancários. As propostas foram rejeitadas em assembleia, realizada na última quinta-feira (1), e foi definido pela greve por tempo indeterminado.