Policiais civis são presos por extorsão em Campo Largo

O delegado Maurílio Alves, o superintendente Adão Osmário de Almeida, ambos da delegacia de Campo Largo, e os advogados Evaldo Pissaia e Renato Beraldo Júnior, do mesmo município, foram presos na manhã de ontem, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, acusados de extorsão.

Um quinto acusado, que também teve prisão preventiva decretada , não havia sido encontrado até o final da tarde. A operação, que agora está sob sigilo, foi batizada de “Cação-Bruxa”.

O Gaeco também cumpriu mandado de busca e apreensão na delegacia e nas residências dos acusados. Recolheu documentos e uma arma irregular, que resultou em autuação em flagrante de seu proprietário (mas a identificação do dono não foi fornecida).

“Pedágio”

A acusação que pesa contra os suspeitos é que exigiram R$ 55 mil e mais R$ 3 mil mensais, para soltar um contrabandista de cigarros e permitir que ele continuasse atuando no ramo.

Trata-se de um motorista de caminhão, preso no fim do mês passado, com cinco caixas de cigarros contrabandeados. Ele passou uma noite na cadeia e foi liberado assim que entregou a quantia aos policiais e comprometeu-se a dar a “mesada”. Os dois advogados teriam intermediado a negociação.

Não se sabe quem denunciou o crime ao Gaeco, mas possivelmente foi o próprio motorista. Os dois policiais foram encaminhados para a carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, que mantém cela especial para policiais.

Já os advogados seriam conduzidos ao Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), em Piraquara. A Ordem dos Advogados do Brasil (Paraná) foi informada das prisões e acompanha o caso.

Nome esquisito

O cação-bruxa habita águas costeiras e rasas. É um animal insaciável e perspicaz, que come tudo o que aparecer pela frente, desde outros tubarões até focas e carniça, e é muito agressivo. Não se sabe em quais características do cação o Ministério Público se baseou para usar o nome dele nas prisões.