Covid-19 nos pequenos

Pequeno Príncipe alerta pais para não descuidarem do contágio da covid-19 em crianças

Foto: Pixabay.

Dados divulgados pelo Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, indicam um aumento significativo de casos de coronavírus em crianças. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a média mensal de casos confirmados chegou a 72,5 nesses últimos dois meses. Foram 145 casos positivos no total e 19 internações.

A situação preocupa a direção do hospital porque o número de leitos destinados à crianças com covid-19 é consideravelmente menor do que para adultos. O hospital informa que a maioria dos casos é tratada em casa, mas o sistema pode não suportar um se houver estouro de casos infantis que precisem de internamento. O Pequeno Príncipe é hospital de referência no tratamento infantil, inclusive para outras cidades, e a direção pede que os pais não relaxem com os protocolos sanitários. 

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Em um comparativo dos números de casos infantis positivos de covid-19 registrados em 2020 e 2021, no Pequeno Príncipe, só a soma de janeiro e fevereiro desde ano (145) já é quase a metade dos registrados no ano passado (311). “Esse aumento pode ter relação direta com a maior exposição dos pais ao vírus. Ao aumentar o número de adultos infectados, cresce a chance de crianças se contaminarem”, aponta o médico Victor Horácio de Souza Costa Júnior, vice-diretor clínico do Hospital Pequeno Príncipe.

Segundo Costa Júnior, desde o período de festas de fim de ano, nota-se que as pessoas estão quebrando o isolamento social para se reunir em família, sem usar máscara e relaxando das medidas sanitárias de higiene das mãos. “Não é hora de parar. E não tem relação com a escola, são os encontros não recomendados. Festas de Natal, Ano Novo, Carnaval, praias lotadas de gente sem máscara. É uma exposição ao contágio que precisa ser evitada”, diz o médico.

O alerta do Pequeno Príncipe também destaca a circulação de novas variantes do coronavírus, que tem se refletido no crescimento do contágio. “Elas são mais virulentas. Juntando com o descuido com as medidas sanitárias, cresce o potencial de contágio”, explica Costa Júnior.

Para o hospital, o fato da doença ser menos grave em crianças pode trazer a falsa sensação de que não é preciso dar tanta atenção ao contágio. “Os pais devem manter a atenção. Embora a maioria seja tratada em casa, com sintomas leves, há os casos graves e moderados que precisam de internamento”, alerta Costa Júnior. 

Dados do Pequeno Príncipe

2020 – março a dezembro

– Média mensal de casos suspeitos de COVID-19: 162

– Média mensal de casos confirmados de COVID-19: 31 (totalizando 311 no ano)

– Número de internações nos 10 meses de pandemia em 2020: 84 (29 em UTI e 55 em enfermaria)

 2021 – janeiro e fevereiro

– Média mensal de casos suspeitos de COVID-19: 420

– Média mensal de casos confirmados de COVID-19: 72,5 (totalizando 145 em janeiro e fevereiro)

– Número de internações nos primeiros dois meses de 2021: 19 (4 em UTI e 15 em enfermaria)

Médicos sugerem ações urgentes

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) publicou, na terça-feira (16), uma série de sugestões que podem ajudar a amenizar a situação preocupante pela qual passa a saúde pública do Paraná. Segundo boletim mais recente, o estado voltou a bater o triste recorde de mortes diárias, alcançando um total de 13.826 mortes desde o início da pandemia.

Medidas restritivas até 1º de abril

O Governo do Estado prorrogou até as 5 horas do dia 1º de abril as medidas restritivas que estão em vigor no Paraná desde o último dia 10. Com isso, serão mais 16 dias de restrições de circulação eregras mais rígidas para as atividades que têm permissão para funcionar. O Decreto 7.122/2021 foi assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior na terça-feira.

A decisão endossa a necessidade de controle da circulação do coronavírus no Paraná neste momento. O Estado atravessa um período de elevação dos índices relacionados à doença, como número de casos, óbitos, internações e taxa de transmissão. O governador Ratinho Junior reforçou que o momento de emergência vivido no Estado demanda o cumprimento de medidas mais restritivas.