Risco de contágio

Passageiros temem pegar coronavírus em ônibus e terminais lotados da região de Curitiba

Fila no terminal Pinheirinho para a linha que leva a Fazenda Rio Grande. Foto: Colaboração

Passageiros estão preocupados com as aglomerações nos terminais e ônibus que circulam entre Curitiba e as cidades da região metropolitana na pandemia do coronavírus. Filas grandes nos terminais, atraso nas linhas e falta de orientação são algumas das reclamações constantes dos usuários nos últimos dias.

Para tentar barrar as aglomerações, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão do governo do estado que administra o transporte coletivo entre as cidades, afirma que algumas linhas terão reforço na frota já a partir desta terça-feira (5). Em São José dos Pinhais, a Justiça determinou nesta terça que, assim como determinado em Curitiba, os ônibus não circulem com mais de 50% da capacidade. Caso a ordem não seja cumprida, a multa é de R$ 50 mil para a prefeitura.

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A auxiliar administrativa Juliane de Almeida Lopes, 29 anos, é uma das passageiras que tem se preocupado com a possibilidade de pegar covid-19 por causa dessas aglomerações. Todos os dias ela embarca no terminal de Fazenda Rio Grande para vir trabalhar em Curitiba, onde desce no Terminal Pinheirinho e faz o caminho inverso na volta. Nos últimos dias, Juliane percebeu que muitas pessoas voltaram a trabalhar, mesmo com a manutenção do isolamento social. Mesmo assim, aponta a passageira, o transporte piorou com ônibus cheio e fila.

Fila no terminal de Fazenda Rio Grande. Foto: Colaboração

“Pela manhã, estou até pegando um ônibus mais tarde do que estava acostumada, mas segue tendo muito movimento. No fim da tarde, os ônibus ficam parados do outro lado do embarque no terminal do Pinheirinho, e aí a fila aumenta. Quando chega o ônibus, acontece a aglomeração para entrar. Lá dentro, é gente sentada e de pé, sem nenhum distanciamento”, lamenta Juliane.

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Outra reclamação constante é com a pouca quantidade de ônibus em algumas linhas. Jaqueline Garcia, 30 anos, auxiliar de produção, costuma pegar a linha Jardim Veneza, em Fazenda Rio Grande. Desde quinta-feira (30), um dos horários no fim da tarde foi retirado, provocando fila e ônibus cheio. “Antes tinha às 17h30, mas agora tiraram e não sei o motivo. Fiquei no terminal 45 minutos na espera e aí gera aglomeração”, reclama Jaqueline.

São José dos Pinhais

Em São José dos Pinhais, a juíza Carolina Basso concedeu nesta terça-feira, liminar que determina que os ônibus só podem operar com 50% da capacidade de passageiros para evitar aglomerações. Caso a determinação não venha a ser obedecida, multa diária de R$ 50 mil.

A medida preventiva é semelhante a que prefeitura de Curitiba adotou esta semana. Antes, ainda no começo da pandemia, a Urbs, empresa municipal que gerencia o sistema na capital, implantou uma série de regras para prevenir o coronavírus, como álcool gel nos terminais e orientações da Guarda Municipal para que os passageiros não se aglomerem.

E aí Comec?  

A Comec, que administra as linhas entre Curitiba e região metropolitana, relata que alguns ajustes estão sendo feitos em reforços em horários e ônibus reserva como nas linhas Curitiba/ Posto Paris; Curitiba/Jardim Ipê e Curitiba/Jardim Izaura.

Sobre a possibilidade de adotar o que a Urbs está fazendo em Curitiba de controlar o número de passageiros nos ônibus, a Comec admite ser difícil padronizar, já que está é uma responsabilidade dos municípios e que cada prefeitura se comporta de uma maneira dentro da sua realidade.

Campanhas envolvendo a Associação Comercial do Paraná (ACP), a Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) e a Urbs estão sendo realizadas para que os passageiros façam as viagens em horários alternativos, usando máscaras, higienizando as mãos com álcool gel, deixando as janelas abertas e que pessoas de grupos de risco não utilizem o transporte público – se for extremamente necessário, que o faça fora dos horários de pico.


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