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No “ano das pontes”, duplicação da Rodovia dos Minérios tem 20% das obras concluídas

Obras acaminham em bom ritmo na avaliação do Governo do Paraná. Foto: Jonathan Campos / AEN-PR

As obras da Rodovia dos Minérios (PR-092), entre Curitiba e Almirante Tamandaré, atingiram 20% de execução em 2020, o que representa um quinto do contrato. O ano foi marcado por intervenções pesadas em oito das dez pontes, sondagens nas áreas dos viadutos, terraplanagem e implantação de grande parte do sistema de drenagem, mesmo diante da dificuldade de aquisição de materiais e das novas regras sanitárias da pandemia.

O Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR), investe R$ 90,6 milhões para tirar do papel novas pistas, marginais, dez pontes, quatro viadutos/trincheiras (interseções em desnível), uma passarela, barreiras New Jersey, calçadas e ciclovias em um trecho de 4,74 quilômetros.

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“Há 30 anos existe a promessa de duplicação, mas ela nunca saiu do papel. Finalizamos o projeto, nos organizamos financeiramente e colocamos as obras para rodar no final do ano passado. Encerramos pouco mais de um ano de trabalho pesado e já vencemos algumas das partes mais complexas, que são as obras de arte”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “E fizemos tudo isso com segurança e durante esse ano difícil. É um projeto grandioso que dará um novo salto ano que vem”.

A obra começa um pouco antes da ponte sobre o Rio Barigui, próximo ao entroncamento com a PR-418, o Contorno Norte de Curitiba, e acaba um pouco antes do acesso principal a Almirante Tamandaré. A PR-092 é uma das rodovias mais importantes da Região Metropolitana de Curitiba, ligando a Capital a Rio Branco do Sul, Itaperuçu, Almirante Tamandaré e o Vale do Ribeira, funcionando como um corredor de escoamento de calcário, cimento, minérios e da produção hortifrutigranjeira.

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Em 2013, quando foi elaborado o estudo de volume de tráfego, 17 mil veículos circulavam pela via em obras diariamente e 6,3 mil entre o entroncamento para Itaperuçu e Rio Branco do Sul. Essa demanda, no entanto, aumenta 3% ao ano desde então.

Também é uma área de acessos primários e marcada por muitos acidentes – foram registrados 138 em cinco anos no recorte do estudo do projeto. “É uma execução complexa porque a obra convive com o perímetro urbano e envolve pontes e viadutos, com manejos muito mais difíceis”, afirma o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. “Mas o nosso maior desafio era tirar do papel. Estamos gerando segurança, qualidade de vida e possibilidade de desenvolvimento social”.

Ano de pontes

Pontes foram construídas para facilitar os acessos. Foto: Jonathan Campos / AEN-PR

As obras começaram em outubro de 2019 (data da assinatura da ordem de serviço) e até março de 2020 foram executados os serviços preliminares de terraplanagem, estacamento, alargamento da faixa de domínio, remoção de árvores da rodovia e limpeza.

Depois disso o ano foi marcado pela construção de quatro grandes pontes sobre o Rio Barigui, vizinho da rodovia, e as fundações estruturais de outras quatro, que começarão a ser erguidas de fato no primeiro trimestre de 2021. As outras duas, localizadas próxima ao Recanto Marista, terão as obras iniciadas no mesmo período.

As dez pontes têm entre 40 e 79 metros de comprimento, 12,5 e 20 metros de largura e algumas das peças de concreto armado já instaladas pesam 73 toneladas – essa logística de transferência, inclusive, foi feita com a companhia de batedores de trânsito. Essas estruturas são importantes justamente para possibilitar a rota alternativa sem interromper o fluxo normal dos veículos. As obras como um todo funcionam num sistema equilibrado entre a direita e a esquerda da pista.

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O ano também foi marcado pela terraplanagem, que já ultrapassou 60% de execução, alargamento das pistas, construção de rotatórias provisórias, instalação de muros de arrimo, cortes dos taludes nos morros das laterais e implementação das tubulações do sistema de drenagem.

Ainda foram preparadas as áreas dos viadutos, que terão 38 metros de comprimento. Eles atenderão movimentos de retorno e terão agulhas de acesso ligando a rodovia às vias marginais e vice e versa.

“Temos 280 operários na obra e, mesmo em um ano de inúmeras dificuldades, conseguimos concluir quase a totalidade o cronograma. A expectativa é de que a obra seja entregue para a população entre o final de 2021 e o começo de 2022”, acrescenta Márcio Tozo, engenheiro do DER-PR e responsável pela fiscalização deste contrato.

Projeto

O projeto da Rodovia dos Minérios prevê a implantação de vias marginais, calçadas para pedestres, ciclovia em ambos os lados da pista e nos trechos sem marginal e uma passarela para pedestres próxima ao quilômetro 11, em um local de travessia de estudantes e de ligação entre bairros (Parque São Jorge ao Jardim Marrocos).

Na via central da rodovia será implantado um pavimento rígido, constituído por placas de concreto de cimento de 27 centímetros de espessura assentadas sobre uma camada de 15 centímetros de brita, mais adequado para o volume de tráfego local, assim como para as características do solo da região. Cada sentido da rodovia terá duas faixas de 3,6 metros cada e acostamentos nos dois lados. A previsão de velocidade é de 80 km/h.

Também estão previstas a instalação de bueiros, bocas de lobo, sarjetas e drenos para lidar com a água da chuva (precipitação média de 1.560 mm, distribuídos em aproximadamente 137 dias no ano) e o lençol freático. Tanto a via central quanto as marginais terão bueiros simples tubulares de concreto (BSTC) novos para escoamento.

A duplicação também contempla sinalização horizontal (pintura de linhas, faixas, símbolos e colocação de tachas refletivas), sinalização vertical (placas), iluminação com postes de 12 metros de altura em intervalos de 40 metros, contenção com aterros e cortinas atirantadas, serviços complementares (abrigos em pontos de ônibus, cercas, rampas para acessibilidade, piso tátil, entre outros) e o remanejamento das redes de água e de esgoto.