Perfeitos!

Nem cozido, nem fervido! Estes são os melhores jeitos para preparar brócolis

Imagem mostra brócolis cortados em uma mesa.
Foto: Depositphotos

O brócolis é muitas vezes injustiçado na cozinha — fervido até virar um “purê cinza”, ou evitado cru por medo de “ser duro demais”. Mas a ciência da nutrição mostra que o modo de preparo muda bastante o quanto dos seus nutrientes e compostos benéficos — especialmente antioxidantes — chegam de fato ao seu prato. Aqui vai um guia curioso para tirar o máximo proveito desse vegetal que muitos consideram “árvore comestível”.

Por que o jeito de cozinhar importa (e o que se perde com o calor errado)

O brócolis é rico em vitaminas (especialmente C e algumas do complexo B), minerais e compostos fitoquímicos como glucosinolatos — precursores de antioxidantes potentes.

Vitaminas solúveis em água (como a vitamina C) e compostos sensíveis ao calor tendem a se degradar ou dissolver se o vegetal for fervido por muito tempo ou mergulhado em água quente por demais.

Já a enzima chamada mirosinase — essencial para transformar os compostos do brócolis em antioxidantes como o sulforafano — é sensível ao calor. Se o calor for muito intenso ou prolongado, ela pode ser desativada.

Ou seja: cozinhar “qualquer jeito” pode transformar o brócolis de superalimento para algo… bem mais modesto.

As melhores técnicas para preparar brócolis — e por que funcionam

Cozimento no vapor (steaming)

É considerado o “padrão-ouro” para conservar vitaminas, fibras e compostos bioativos.

O ideal é cortar o brócolis em floretes uniformes e cozinhar por cerca de 3 a 5 minutos — o suficiente para mantê-lo “tenro-cro-cante” e com cor verde-viva.

Resultado: máxima retenção de vitamina C, antioxidantes e compostos funcionais; textura agradável; digestibilidade melhor.

Refogado rápido / salteado leve (stir-fry sauté)

Saltear com um fio de azeite ou óleo (de preferência saudável) por pouco tempo é uma boa opção para quem quer sabor e praticidade.

Quando bem feito — sem exagero de calor e sem excesso de tempo — ajuda a preservar parte dos nutrientes e mantém o vegetal mais saboroso e versátil para combinar com outros ingredientes.

Assado / “air-fryer” / forno — com moderação

Técnicas de calor seco como assar ou usar air-fryer tendem a causar mais perda de vitamina C e de alguns antioxidantes sensíveis.

No entanto, um estudo recente comparando diferentes técnicas apontou que o “air-fryer” preserva melhor compostos fenólicos e flavonoides do que fervura e até do que alguns tipos de refogado.

A desvantagem: textura e sabor mudam bastante, e há risco de “secar” o vegetal ou deixá-lo com gosto diferente.

Cru ou quase cru (salada / cru ou leve pré-cozimento)

Consumir cru evita perdas por calor. No entanto, para que o sulforafano “ative”, o vegetal deve ser cortado e deixar agir um tempo — porque a mirosinase precisa de contato com a água interna do vegetal para funcionar.

Algumas pessoas têm dificuldade de digestão ao comer cru — além de que o sabor pode não agradar a todos.

Dicas práticas para tirar o melhor do seu brócolis

Corte primeiro, espere 30–40 min, depois cozinhe — dar esse tempo após cortar o brócolis ativa as enzimas que formam o sulforafano.

Prefira vapor ou refogado rápido ao invés de fervura longa. Na dúvida, opte por 3–5 minutos no vapor.

Se for assar ou usar air-fryer, faça rápido e sem excesso de temperatura. E combine com molhos leves — azeite, limão, ervas — para valorizar sabor e nutrientes.

Aproveite a água do cozimento (quando for leve e rápida) para sopas ou caldos — mesmo que haja perda de alguns nutrientes, pode haver compostos solúveis aproveitáveis.

Misture — não precisa escolher só um jeito. Às vezes uma salada, às vezes um vapor leve, às vezes um refogado com alho e azeite: o importante é variar para maximizar benefícios e sabor.

Imagem mostra um brócolis cozinhando na água.
Foto: Depositphotos

O “veredito” da ciência: nem fervido nem cru — o equilíbrio ideal

Cozinhar brócolis demais (como na fervura longa) ou sempre crua não é a melhor aposta para saúde. O ideal — segundo a maioria dos estudos — é buscar um ponto de equilíbrio: calor moderado ou breve, pouco ou nenhum contato prolongado com água, e, sempre que possível, cortes antecipados com descanso para ativar enzimas. Com isso, você preserva boa parte das vitaminas, antioxidantes e compostos bioativos, mantendo textura, sabor e benefícios nutricionais.

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