Mulher é encontrada morta na banheira

Eliandra Aparecida dos Santos, 32 anos, pode ser a primeira vítima da “morte branca” em Curitiba neste ano. Peritos do Instituto de Criminalística acreditam que ela inalou o monóxido de carbono – um gás que não tem cheiro e causa sensação de bem-estar quando aspirado em grande quantidade, fazendo com que a pessoa perca os sentidos aos poucos sem perceber.

O sobrinho da vítima chegou ao apartamento em que mora com Eliandra na noite de segunda-feira e a encontrou morta, na banheira. O imóvel, que fica na Rua Padre Agostinho, Bigorrilho, na capital, tem sistema de aquecimento a gás.

De acordo com funcionários do Instituto Médico Legal, a necropsia do corpo da vítima já foi realizada, mas a confirmação da causa da morte de Eliandra depende de exames toxicológicos que só apresentarão resultado daqui a um mês.

Na mesma rua em que Eliandra morreu, mas em junho de 2007, Karina de Barros Pissetti, 18, também foi encontrada morta no chuveiro. Justamente por depender de exames complementares para confirmar que o monóxido de carbono causou uma morte, não existem dados precisos de quantas pessoas foram vítimas da “morte branca”.

Nos últimos dez anos, pelo menos 30 casos de morte por intoxicação podem ter sido causados pelo gás. Até maio deste ano, nove pessoas foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) vítimas de intoxicação ou envenenamento, uma delas em estado grave de saúde.

Em Curitiba houve apenas um atendimento. No ano passado, foram 25 atendimentos com duas mortes na RMC, e sete casos na capital. A Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) da Secretaria Municipal de Urbanismo, faz vistorias nos edifícios da cidade.

De acordo com o chefe da Comissão, Hermes Peyerl, é importante respeitar as normas de instalação dos aquecedores a gás. “O aquecedor deve ser instalado por um profissional habilitado”, alerta. Para a perita Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística, a circulação de ar é o antídoto para inalação do gás.