“A aplicação de um lockdown em Curitiba deve ser cirúrgica, no momento certo e por um tempo certo”. A declaração sobre a possibilidade de fechamento total da cidade é da médica infectologista Marion Burger, da Secretaria Municipal de Saúde, feita terça-feira (23) na live da prefeitura de Curitiba sobre o avanço do coronavírus na capital.

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A médica enfatiza que o lockdown é uma medida extrema, que pode saturar a sociedade. Além disso, ela aponta que a medida não seria mágica: alivia o sistema de saúde, mas não extingue o vírus, o que reforça a atenção da população com medidas de prevenão.

“Ela [a medida de lockdown] não é persistente. Dura duas semanas no máximo, senão, a sociedade não aguenta”, enfatiza. “O lockdown não é feito pensando que daqui duas semanas o vírus desaparece. Não! O vírus vai continuar e o lockdown tem que ser feito no momento em que o sistema não suporta mais um aumento maior de casos. Mágica não vai resolver o problema”, conclui a infectologista.

Apesar da declaração, a especialista, junto com a secretaria de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, disse que esse ainda não é o momento para a medida extrema. Curitiba era vista como modelo no enfrentamento da pandemia até algumas semanas atrás, mas atualmente sente os reflexos do afrouxamento do isolamento social. Segunda-feira (24), por exemplo, as UTIs de covid-19 de dois dos principais hospitais de Curitiba já haviam alcançado 100% de ocupação: o Hospital do Trabalhador e o Hospital Evangélico Mackenzie.

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Curitiba registrou no boletim desta terça-feira 116 óbitos e 3.298 confirmações de contaminação por novo coronavírus, números que geraram uma lotação nas UTIs da cidade e que levantam novamente a possibilidade de um lockdown na capital. “O lockdown é necessário quando os indicadores nos mostrarem que é o momento. Não pode ser feito de forma momentânea, achando que o vírus vai desaparecer. É para aquele momento em que o sistema de saúde não suportar mais. Mágica não vai resolver esse problema”, ressaltou a infectologista. O lockdown, inclusive, não é descartado pelo secretário de saúde do Paraná, Beto Preto.

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Transmissão familiar

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Os dados da prefeitura mostram que seguem altos os casos de transmissão intrafamiliar, ou seja, entre parentes de uma mesma casa. “Observamos que nossos quadros de óbitos e de infectados são, em grande maioria, contaminações entre familiares. São situações em que as pessoas assintomáticas continuam transitando e transmitindo o vírus para muitas pessoas”, disse a secretária Márcia Huçulak.

Para Marion, é importante neste momento que os familiares não compartilhem utensílios de cozinha. “Não é o momento para beijos e abraços. É importante que cada um tenha seus objetos pessoais e não os compartilhe, como talheres e copos, por exemplo”, alertou. Evitar esse tipo de comportamento inibe a transmissão do vírus.

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Unidos contra a covid-19

No último final de semana representantes dos municípios da Grande Curitiba se uniram para tomar decisões em conjunto contra a pandemia de coronavírus. Entre as decisões estão o fechamento de mercados, mercearias e açougues aos domingos por um período de 14 dias, a contar desde a última terça-feira (23). A medida ocorre junto com a lei seca no Paraná, com restrições em todo o estado para o consumo de álcool


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