Sem fim

Caminhoneiros desocupam estradas mas protestos seguem no sétimo dia de greve

Foto: Divulgação/PRF
Foto: Divulgação/PRF

A greve dos caminhoneiros já está no sétimo dia neste domingo (27). Embora ainda mais gente esteja satisfeita com a luta dos trabalhadores, a manifestação continua deixando muitas pessoas confusas e, em alguns casos, desesperadas. Mercados já estão com algumas prateleiras de verduras, legumes e carnes vazias, apesar da Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) afirmar que os consumidores não devem se preocupar com a falta de produtos no Paranápoucos postos em Curitiba têm combustível e a situação não parece mudar tão logo. Outro ponto afetado pela greve, o transporte coletivo está funcionando demaneira reduzida na capital neste domingo, mas segundo o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), uma operação garantiu combustível para os ônibus sigam rodando sem problemas nesta segunda-feira (28).

Em contrapartida, os bloqueios nas rodovias parecem ter diminuído. Segundo o último balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Paraná, eram 60 pontos de bloqueio e/ou manifestação, contra 86 no começo da manhã de sábado (26). Na BR-277, no litoral do Paraná, os manifestantes continuam no acostamento da rodovia. De acordo com a PRF, os caminhoneiros permanecem parados entre os quilômetros cinco e 13, no sentido a Paranaguá.

De acordo com a Ecovia, concessionária responsável pelo trecho entre Curitiba e o litoral, o resto da BR-277, tanto no sentido às praias como também à capital, segue tranquilo. Já na BR-376, tanto em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), como também em Guaratuba, no litoral do Paraná, não há registros de bloqueios dos caminhoneiros. No sentido interior do estado da BR-277, em Campo Largo, na RMC, os caminhões estão parados no pátio de um posto de combustível e ocupam a pista marginal da rodovia em manifestação.

Em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), os caminhoneiros continuam no acostamento da BR-116. No quilômetro 122, a rodovia está interditada, em ambos os sentidos, para veículos de carga. Os caminhoneiros, parados no acostamento, permitem que passem somente os veículos de passeio.

Ainda na BR-116, mas mais a frente, em Quitandinha (RMC), os dois sentidos da rodovia estão liberados somente para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva. Os caminhoneiros estacionaram os veículos no pátio de um posto de combustível  e também no canteiro central. O mesmo acontece em Mandirituba e em Campo do Tenente.

Segue a greve

Em Curitiba, poucos postos conseguiram receber combustível e, por isso, a cena mais vista foi a de estabelecimentos fechados ou somente com as lojas de conveniência abertas neste final de semana. Em pelo menos um posto houve até boato de que teria combustível e muita gente se deixou levar pelo desespero, formando longas filas em vão, mas os funcionários logo avisaram que o tanque estava vazio.

Foto: Colaboração
Foto: Colaboração

Nos mercados, a situação, que na sexta-feira (25) já começava a alarmar, agora está um pouco pior. Algumas prateleiras, aquelas com legumes, verduras, frutas e carnes, já ficaram vazias. Além disso, também há relatos da falta de gás de cozinha (GLP) em várias cidades. Alguns estabelecimentos estão de portas fechadas para evitar prejuízo. Quem também precisa do transporte de taxi ou aplicativos tem demorado horas para conseguir um motorista.

Neste domingo, a adesão dos petroleiros ao movimento dos caminhoneiros é o que promete dar um fôlego a mais para a manifestação. A categoria decidiu que vai parar por 72 horas, a partir da 0h de quarta-feira (30), e que até lá vai fazer vários atos de protestos, pedindo a redução do preço do gás de cozinha, a saída de Pedro Parente do comando da Petrobras e outras coisas.

Ao Diário Catarinense, jornal de Santa Catarina (SC), o comando militar, que ainda não foi acionado por nenhum órgão estadual, informou que as forças federais estão de prontidão para ações pontuais e também escolta de cargas essenciais. Em resposta, o Palácio Iguaçu informou que mantém o diálogo com os caminhoneiros e que o esquema de liberação de cargas essenciais com o adesivo da Defesa Civil está funcionando. A Tribuna do Paraná apurou que a governadora, Cida Borguetti, deve se reunir com lideranças do movimento dos caminhoneiros e empresários do setor de transporte de cargas neste domingo, por volta das 16 horas, no Palácio Iguaçu.

Inquéritos abertos

O governo federal acredita que empresas estão por trás da greve, o chamado locaute, o que é proibido. Por isso, o presidente Michel Temer determinou a aplicação de multas aos empresários que apoiam o movimento e pelo menos 37 inquéritos já foram abertos pela Polícia Federal (PF). “Nossa preocupação não é tanto a interdição, mas o fato de que precisamos que os caminhões rodem”, disse o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

O ministro ainda apresentou números do balanço feito pela equipe que acompanha a greve e, segundo ele, de sexta para sábado, foram expedidos 400 autos de infração pela PRF, num total de R$ 2.033 milhões. “Não computadas as multas de 100 mil aplicadas, por hora, cumprindo determinação do STF, que acolheu pedido do governo”.

Aeroportos

Segundo a Infraero, pelo menos 14 aeroportos brasileiros estão sem combustível, na manhã deste domingo. São eles: Carajás (PA), São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Ilhéus (BA), Goiânia (GO), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Vitória (ES), Petrolina (PE), Joinville (SC) e João Pessoa (PB). Os dados foram atualizados às 7h30 deste domingo (27). Em Curitiba, o Aeroporto Afonso Pena contou com uma escolta policial para receber combustível e garantir as viagens pelos próximos dias.

Acabou mesmo!

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