Educação

Escola municipal mais antiga de Curitiba tem 62 anos e atende mais de 500 alunos

Com 62 anos, Escola Municipal Papa João XXIII, no Portão, é a mais antiga de Curitiba.
Foto: José Fernando Ogura/SECOM

O que já foi um campo aberto onde as crianças do bairro Portão brincavam e jogavam futebol, hoje é um grande terreno na Rua Itacolomi, 700, que abriga a escola municipal mais antiga de Curitiba, com 541 estudantes matriculados, além do Farol do Saber e Inovação Rocha Pombo.

Com 62 anos, a Escola Municipal Papa João XXIII  guarda boa parte da história do bairro e o carinho dos ex-alunos que, em alguns casos, voltaram anos depois ao espaço, na função de educadores.

A construção da escola acompanhou a história do bairro, que teve origem no século XIX, quando um posto de fiscalização com um grande portão controlava a passagem de mercadorias e gado.

O desenvolvimento foi impulsionado pela chegada da ferrovia, em 1894, transformando o local em um centro comercial para a erva-mate e aumentando a concentração populacional na região. Na década de 1950, durante a gestão Erasto Gaertner, a pavimentação da Avenida República Argentina – antes conhecida como “a avenida do Portão” – impulsionou o desenvolvimento da região. Com isso, a demanda por serviços como saúde e educação aumentou.

Inaugurada em 1963 pelo então prefeito Ivo Arzua, o nome da unidade foi uma homenagem ao Papa João XXIII, modernizador da Igreja Católica e incentivador do diálogo entre as religiões.

Originalmente designada como Centro Experimental Papa João XXIII (grupo escolar), foi criada pelo Decreto 1273. Hoje tem mais de 500 estudantes matriculados, inclusive na Educação de Jovens e Adultos (EJA), e mais de 6 mil títulos na biblioteca. O farol da unidade conta com impressora 3D e atende também a comunidade. A escola foi a primeira a receber, este ano, o projeto-piloto para ensino do idioma ucraniano na rede municipal

Relação de carinho com a escola

Um dos casos de ex-aluna que voltou ao ensino é o de Luciana Paulino, concursada desde 2012 e que atuou na escola até 2024. Ela estudou “no Papa” – como a escola é carinhosamente chamada – do pré ao 8º ano do Ensino Fundamental, na década de 1990.

“De lá guardo lembranças muito importantes na minha vida, amizades que tenho até hoje e professores que moram no meu coração. O Papa é uma escola grande, quando você é criança fica assustado com o tamanho, mas com os profissionais que trabalham lá a gente sente todo o acolhimento. Lembro dos professores e diretores, as atividades de atletismo que eu adorava, teatro… e quando chegaram os computadores então? Foi uma emoção só”, lembra a professora.

Formada em pedagogia, ela fez concurso público e, em 2012, começou a trabalhar na Prefeitura de Curitiba. “No momento de escolher a vaga me disseram que no Papa seria quase impossível, pois era muito disputada. Quando vi que tinha vagas lá não tive dúvidas, iria voltar pra minha escola do coração”, conta Luciana. 

A professora Giane Pereira da Costa Silva foi aluna da escola de 1991 a 1993. “A escola era muito solicitada, e meu pai teve que passar a noite na fila para conseguir a vaga. Foram três anos de muitas aprendizagens e amizades”, recorda.

Outro ex-aluno que guarda boas lembranças é o presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, Roberto André Oresten, que estudou no Papa do final da década de 1960 até o início dos anos 1970. “Foi minha escola primária, eu morava a uma quadra da escola, na Rua Itacolomi mesmo. Fiz grandes amigos lá, uma época maravilhosa”, lembra.

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