Rei das fitas

Ele recupera relíquias! Curitibano converte fitas VHS e K7 há 23 anos

rei do vhs
Foto: Alex Silveira / Tribuna do Paraná.

O empresário Marcelo José Braschi, 70 anos, é especialista e entusiasta na conversão de vídeos e áudios de fitas VHS e K7 para DVDs e pendrives. A loja fica no Centro de Curitiba, na Rua Ébano Pereira, 295. O endereço é o mesmo desde que ele entrou no ramo, no ano 2000. São 23 anos de uma aposta que, na verdade, era para ser em uma loja de discos CDs e LPs. As conversões do analógico para o digital eram apenas por encomenda, mas quis o destino que o jogo se invertesse e elas se tornassem o ganha pão principal do empresário.

É curioso que o negócio sobreviva em pleno mundo digital. Impensável falar em fitas VHS e k7 atualmente? Braschi garante que tem muita gente que o procura para resgatar conteúdos antigos, memórias de família, guardados de parentes que faleceram e deixaram tudo no fundo da gaveta. “Claro que a média de idade dos meus clientes é de 50 anos. Mas sempre aparecem jovens pedindo ajuda. Eu faço de tudo. Converto áudio e vídeo, mexo com alguns pedidos de manutenção de informática e ainda tenho algum estoque de vinis, CDs e DVDs para quem gosta de colecionar”, conta o empresário.

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Acredite se quiser, o empresário diz que tem concorrência no mercado curitibano, mas ele não sabe assegurar quantas pessoas ainda fazem o que ele faz. “Aliás, o que eu faço acho que ninguém faz, porque o meu trabalho é diferenciado. Eu busco qualidade, detalhe. Minha natureza não permite, por exemplo, que eu converta uma fita mofada. O material vai ficar ruim no pendrive. Isso eu não faço”, destaca.

Fotos: Alex Silveira / Tribuna do Paraná.

Quando a fita VHS está muito suja, ele tem um parceiro que faz as limpezas. “Você me viu atendendo uma cliente. Ela queria o trabalho feito na hora. Quem é que faz isso, hoje em dia? Nem sempre dá, mas quando eu posso, eu faço. Até trato áudio junto com o cliente. A demanda é tão diferente que algumas lojas de amigos no Centro costumam passar o material para mim. Tem sido assim”.

Braschi investiu na loja depois de deixar o Ministério da Fazenda, em um plano de demissão incentivada. “Saí um ano antes de abrir a loja, em 1999. Na verdade, eu queria uma loja de discos. As coisas foram acontecendo”, diz ele, que trabalhava na Serpro, uma área de tecnologia de informação do ministério. “Sou economista, mas trabalhei com informática praticamente a minha vida toda”.

E quem vai ao local percebe que o empresário fala a verdade. o computador é turbinado, tem programas para melhorar o áudio das fitas, tratar com qualidade a imagem e fazer os downloads de grandes volumes.

O lugar também reflete um pouco o significado de trabalhar em um mercado alternativo. O pequeno espaço da loja parece caber de tudo. Uma caixa aqui, um videocassete antigo (tinindo de novo) ali, LPs e até uma motocicleta estacionada lá dentro, de frente para o balcão.

O empresário vem de uma família curitibana de sete irmãos. Somando ele, são duas mulheres e cinco homens. “Sou o do meio, se é que isso faz diferença. A família, como qualquer outra, é toda desgarrada. Procuramos nos falar sempre que dá, para saber das novidades um do outro. E é isso”, reflete.

A loja é o sustento da casa e deve permanecer assim, até quando o empresário puder. “Tem também um troco da aposentadoria. Mas esse meu negócio tem sido a minha vida. Eu não consigo ficar parado. Sempre gostei de trabalhar bastante”, conta.

Braschi diz que o volume do trabalho continua por causa da valorização do cliente. “Tenho que agradecer aos clientes, novos e antigos. Tem um desembargador que sempre me traz material. Outro cliente fotografa e filma todas as viagens que faz, depois me pede para montar o DVD que vai passar para a família ver no telão e ficar de recordação. Eu queria dizer que isso é uma satisfação para mim”, finaliza.

Quem precisar converter os materiais antigos para os digitais, pode em entrar em contato pelo telefone (41) 3323-3316. Ou fazer uma visita direto no local. O bate-papo é garantido.

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