Longe e escondidos!

E na hora do aperto? Frequentadores cobram mais banheiros nos parques de Curitiba

No Parque Barigui são dois pontos com banheiro, sendo que um é pago e administrado pela Urbs. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Famosos no Brasil e no exterior, os parques de Curitiba são ótimas opções para quem deseja passar bons momentos em família ou turistar pela cidade. São 30 parques que somam 20 milhões de metros quadrados de área verde, um exemplo mundial. No entanto, os frequentadores estão reclamando da pouca quantidade de banheiros nesses espaços de conservação.

Caso a pessoa deseje utilizar o banheiro em praticamente todos os parques da cidade, ela vai precisar contar com um pouco de sorte e conhecimento do local. Em alguns pontos, falta sinalização para saber o real lugar em que o sanitário está localizado. 

Um dos exemplos é o Parque Barigui. O maior parque de Curitiba ocupa 140 hectares do território de quatro bairros, e fica aberto ininterruptamente, todos os dias do ano. É imbatível na preferência dos curitibanos, ponto de encontro com as capivaras, perfeito para a realização de exercícios e ideal para as crianças.

São dois pontos de banheiros no Barigui, sendo que um é pago e administrado pela Urbanização de Curitiba S/A ( Urbs). Fica próximo ao estacionamento na entrada da BR-277, equipado com sanitário para pessoas com deficiência ao custo de R$ 2. Já o outro gratuito, fica no outro ponto do parque, próximo ao posto da Guarda Municipal.  

No Parque Barigui para usar o banheiro tem que pagar R$ 2. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Joelma Aparecida, 45 anos, motorista de aplicativo, costuma frequentar o Barigui pela manhã para fazer exercícios. Certa vez ela precisou ir embora mais cedo para casa mais cedo com receio de que não conseguisse chegar ao banheiro do parque. “Deveria ter mais opções, é longe para quem caminha ou está sem dinheiro. Moro perto e fui para casa ou ia fazer no mato. Ainda bem que deu tempo, mas precisa melhorar”, disse Joelma.

Outra observação importante no Barigui é quando as pessoas utilizam as churrasqueiras. Nos fins de semana quando se tem mais movimento, é comum perceber homens e mulheres entrando em pequenas trilhas para dar aquela aliviada.

Moacir de Jesus Oliveira é guardador de carros no trecho do Centro de Atividade Física Professora Judith Passos, a academia do Parque Barigui que está em reforma. Para ele, é preciso melhorar essa questão no parque. “Falta banheiro, já vi muito cena estranha, é maratonista largando o grupo para ir no mato ou mesmo mulher pedindo para a família fazer uma barreira”, brincou Moacir. 

Vale reforçar que existem banheiros dos restaurantes, mas liberado somente aos clientes do estabelecimento.

Sem acessibilidade

Considerado o mais bonito de Curitiba, o Parque Tanguá, não é perfeito no aspecto sanitários. São dois na parte inferior do Jardim Poty Lazzarotto ( masculino e feminino), sendo que o acesso é por escada. Uma pessoa com deficiência ou dificuldade de locomoção vai precisar de auxílio para descer. 

Um das alterantivas utilizadas pelas pessoas acaba sendo do posto da Guarda Municipal que fica fora do Tanguá. Segundo um Guarda Municipal que pediu para não ter o nome mencionado, a situação não é legal para ninguém. “Deixamos mais para as mulheres, crianças e deficientes. A gente é que faz a limpeza, pois fica na parte interna do posto. Isso atrapalha um pouco, pois não é legal a pessoa ficar circulando em um ambiente com arma” comentou o guarda. 

No Tanguá, outra opção de banheiro é no deck, parte bem inferior do parque e que faz parte da estrutura de um bar.

Parque Tanguá tem banheiro, mas fica em uma área com escadas. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Longe da caminhada e churrasqueiras 

No Parque Tingui, região norte de Curitiba, dois banheiros estão localizados na entrada do parque pela Fredolin Wolf. Caso a pessoa esteja percorrendo a pista de pedestre ou mesmo avançando pelo Memorial Ucraniano e tenha vontade de ir ao banheiro, a distância vai ser cruel.  Geraldo Chaves, 63 anos, relata que esse tipo de transtorno não deveria ocorrer e pode resultar em complicações de saúde. “Eu tenho problema cardíaco e tive que acelerar o passo para ir ao banheiro. No meio do parque deveria ter outra opção”, falou Geraldo. 

Outra situação que ocorre no Tingui e também em outros parques como o Barigui e um pouco o São Lourenço, é a distância das churrasqueiras ao banheiro. No Tingui, pode chegar a um quilômetro.  Amarildo Mendes da Silva, 53 anos, personal trainer, e frequentador assíduo dos parques de Curitiba, a correção precisa ser feita com urgência. “É complicado, é longe. Se pensar na ida e volta, a pessoa anda um monte. Já passamos por essa situação, é chato. Acredito que a construção de banheiros ajudaria”, afirmou Amarildo.

Amarildo Mendes da Silva, 53 anos, personal trainer, reclama da distância do banheiro no Parque Tingui, em Curitiba. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Boa indicação e banheiros nas pontas 

O São Lourenço tem banheiros em lados apostos no parque. Dois são do Memorial Paranista , e outros dois no meio do parque para quem começou a caminhada na Mateus Leme. Existe boa sinalização na pista. 

O único problema citado para a reportagem foi quanto a chave do banheiro para deficientes. Ela fica em posse da Guarda Municipal, mas se os guardas estiverem fazendo ronda pelo parque, a porta vai estar fechada. Aí é torcer pela sorte, existe a chance do guarda ter entregue a chave do banheiro para a zeladora que fica no local.

Quanto aos outros parques de Curitiba, não é diferente dos citados pela reportagem. Alguns tem banheiros na parte central (Bacacheri), outros na ponta como o Passaúna, mas em pouca quantidade.

E aí prefeitura?

Em nota, a prefeitura informou que a quantidade de banheiros públicos na cidade está adequada, e nos grandes eventos que ocorrem nos parques, os banheiros químicos acabam suprindo a necessidade extra de uso.

Quanto ao banheiro cobrado pela Urbs, a arrecadação serve para a manutenção e limpeza do local. Atualmente, o custo anual é de R$ 157.398,36 e com arrecadação de R$ 105.291,00, um prejuízo de R$ 52.107,36. Por mês, o déficit é de R$ 4.342,28, ou seja, o município precisa repassar valores para manter o serviço.

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