Brilho embaçado

Domingo amanhece com nevoeiro em algumas regiões de Curitiba

Foto: Gerson Klaina/Arquivo

O domingo (26) na capital paranaense começou com sol, mas também com um brilho embaçado. Era o nevoeiro que se formou durante a madrugada e que ainda cobria boa parte da cidade quando o dia clareou. O fenômeno é bastante típico desta época do ano, o outono, quando as temperaturas declinam gradualmente. Mas também é o prenúncio de um ditado popular quase infalível, que sentencia: “nevoeiro que baixa é sol que racha”.

Tecnicamente, o nevoeiro nada mais é do que uma espécie de nuvem, cuja base se forma próxima ao solo, e que não provoca chuva. Isso porque a formação resulta da combinação entre a umidade do ar e o resfriamento decorrente dos momentos sem sol.

Como a partir do outono a presença de massas de ar frio e seco passa a ser mais comum, isso dificulta o desenvolvimento da nebulosidade nas camadas mais altas da atmosfera. E, com o céu aberto, a perda de radiação, ou seja, de calor, nos períodos da noite e madrugada, fica muito mais acentuada. Associando isso às gotículas de água extremamente pequenas que ficam suspensas perto da superfície principalmente nos períodos menos quentes do dia, quando a evaporação diminui, o saldo é a condensação dessa umidade que leva à redução da visibilidade.

Na manhã deste domingo, foi isso o que aconteceu, por exemplo, em bairros como o Pinheirinho e o Pilarzinho. Um dos cartões postais da cidade, o Parque Tanguá, mal podia ser visto logo nas primeiras horas. Por outro lado, regiões como o Centro e o Boa Vista amanheceram com um cenário normal, sem qualquer prejuízo ao que os olhos pudessem enxergar.

Onde acontece?

A formação de nevoeiros ocorre obrigatoriamente quando a presença de umidade é abundante. Ou seja, próximo a rios, lagos e córregos, em parques e áreas arborizadas, a probabilidade é sempre maior. Para que o nevoeiro ocorra, no entanto, um detalhe é fundamental, segundo a meteorologista Josélia Pegorim, do site ClimaTempo. “A umidade relativa do ar precisa estar acima de 90%. E, além disso, vento fraco ou calmaria, que é a falta de correntes de ar, é outra condição imprescindível para a formação do fenômeno”.

Névoa seca, névoa úmida e nevoeiro

“A névoa seca é uma mistura de ar com poluição e a umidade relativa é sempre menor do que a da névoa e do nevoeiro. Quando a névoa seca está presente sobre um lugar, parece que o horizonte está embaçado ou até sujo”, explica a meteorologista. Há situações, no entanto, em que se pode ter nevoeiro, névoa úmida e névoa seca, um após o outro e não necessariamente nessa ordem, em poucas horas.

Uma das principais diferenças entre nevoeiro e névoa úmida é a visibilidade. Isso porque, enquanto no primeiro caso não é possível enxergar a menos de um quilômetro devido à alta taxa de umidade relativa do ar – tanto que às vezes até garoa, dependendo da densidade do fenômeno –, no segundo a visibilidade varia de um a cinco quilômetros porque esse índice fica menor, em torno de 80%. Também são características que diferenciam um do outro a possibilidade de ver através da formação: nevoeiros não permitem isso e podem provocar acidentes em aeroportos e no mar; já quando há névoa, é possível mirar quase todo o horizonte e pode apenas prejudicar a operação de terminais aéreos e embarcações.

Previsão para este domingo

De acordo com o Instituto Simepar, o domingo deve ser ensolarado na maioria das regiões do Paraná, com uma presença maior de nuvens entre os campos gerais, a região de Curitiba e o litoral. “Nos extremo oeste e noroeste do Estado, nas áreas mais próximas de fronteira com o Paraguai e de divisa com o Mato Grosso do Sul, o tempo fica mais instável, com chuva a qualquer hora do dia”, afirma a meteorologista Sheila Paz. Ela esclarece ainda que, a partir da tarde, a instabilidade atmosférica tende a aumentar nos demais setores paranaenses, com chance dede pancadas de chuva e trovoadas isoladas em todo o interior. Ainda assim, o período vai ser de tempo abafado na faixa norte.