Preocupação

Com UTIs lotadas, falta de remédios gera preocupação em hospitais de Curitiba

O sistema de saúde de Curitiba já demonstra preocupação quanto à possível falta de medicamentos para pacientes que estão internados em hospitais com a covid-19. Analgésicos, anestésicos e relaxantes musculares estão acabando e a perspectiva da chegada de novos materiais é incerta. Os insumos para a produção dos remédios vêm de fora do Brasil e a procura é intensa em vários lugares do mundo.

A preocupação foi relatada neste sábado (13) em uma entrevista coletiva realizada pela Secretária Municipal de Saúde (SMS) que contou com a participação de autoridades ligadas ao sistema de saúde de Curitiba.

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Na noite de sexta-feira (12), a prefeitura aumentou a rigidez no controle de serviços com a adoção da bandeira vermelha. Flaviano Ventorim, presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná, relatou que no primeiro momento da pandemia, o preço cobrado era o grande problema, mas agora o valor passou a ficar em segundo plano.

Com o avanço da doença em todos os lugares do planeta, os insumos que produzem o remédio começaram a faltar. “Anestésicos e relaxantes se tornaram preocupantes nos últimos dias, pois não se tem previsão de entrega. Os insumos são de fora de país e isso é um processo complicado e complexo, pois não é somente leito. Estamos vivendo esse drama por isso estamos segurando em alguns casos até cortando as cirurgias que não são de emergência”, disse.

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“Os hospitais estão compreendendo e estamos indo atrás dos fabricantes. Hoje são 15 mil casos ativos na cidade e se todos precisarem de internação, estamos falando de 1500 internações. O sistema privado não dará conta se a velocidade e a curva de casos permanecer”, comentou Ventorim.

Momento crítico

Beatriz Battistella Nadas, superintendente executiva da SMS, reforçou que o município está no limite no atendimento hospitalar. Em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para adultos exclusivos covid-19, a ocupação está em 97% e para enfermarias já chega a 98% conforme dados divulgados na sexta-feira pelo boletim epidemiológico de Curitiba.

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De acordo com Battistella, várias cidades estão se mobilizando em uma rede de solidariedade para evitar a falta de medicamentos e equipamentos. “Estamos tendo um movimento de solidariedade neste sentido e dependemos muito da nossa indústria que precisa da matéria prima. A logística é complexa, mas isto tem limite. Estamos falando com fornecedores para tentar suprir a nossa necessidade”, completou a superintendente executiva.

Curitiba registrou nesta sexta-feira, um novo recorde de óbitos provocados pela covid-19. Foram 34 mortes de moradores. Anteriormente, o recorde de morte havia sido registrado no dia 8 de março, quando o boletim confirmou 32 óbitos. No entanto, a data acumulou dados de dois dias seguidos (7 e 8).