Casa própria vira realidade no Tatuquara

Depois de oito anos morando numa área irregular, a dona de casa Mauria de Fátima Teixeira Rocha se mudou para a casa própria.

Ela deixou para trás uma casa de madeira, que por diversas vezes alagou com a chuva, para morar numa casa de alvenaria.

Assim como Mauria, outras 478 famílias serão transferidas de áreas consideradas críticas na Vila Terra Santa, uma ocupação irregular no bairro Tatuquara, em Curitiba, para o empreendimento Moradias Laguna, localizado no mesmo bairro.

A transferência das famílias faz parte do projeto de Urbanização Vila Terra Santa, que está sendo realizado pela Companhia de Habitação Popular (Cohab), com recursos da Prefeitura e do governo federal no valor de R$ 15,9 milhões.

A Vila Terra Santa está localizada numa área de 240 mil metros quadrados, que abrigam hoje 1.077 famílias.

Desse total, 598 famílias permanecerão morando no local, que deverá receber nos próximos meses investimentos em infra-estrutura. Já as famílias que estão deixando a Terra Santa moram em áreas consideradas impróprias, como fundos de vales, terrenos baixos sujeitos a inundações ou em traçados de ruas.

Mudança pronta

A diarista Márcia de Paula estava com a mudança pronta para o novo endereço. Ela conta que morou por quatro anos na Terra Santa e não via a hora de se mudar com a família para a casa própria.

?A expectativa é muito boa, porque a gente vai para uma casa que é nossa, e vai dar para aumentar depois?, disse. O Moradias Laguna possui 160 mil metros quadrados de área, sendo 31 mil metros quadrados são de área de preservação.

As casas, de 28 metros quadrados e 34 metros quadrados, foram construídas em terrenos de 130 metros quadrados, que os moradores poderão fazer ampliações de até dois pavimentos.

Na primeira fase do projeto, a Cohab irá reassentar 120 famílias. A previsão é que todas as 479 sejam transferidas até o final do ano. As famílias assinaram um termo de concessão não onerosa de uso, terão um tempo de carência para começar a pagar as prestações da casa – que irão variar de acordo com a renda de cada uma.

Só então, receberão a escritura dos imóveis. A aposentada Rosemari de Lima se mudou na quinta-feira e acredita que agora terá uma vida melhor. ?Aqui vai ser mais tranqüilo, pois em nove anos que fiquei na invasão sofri muito com as enchentes?, finalizou.