Crescimento em ano eleitoral

A diferença foi quase imperceptível, mas ainda não foi desta vez que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro superou a taxa média do crescimento da economia nos países da América Latina, em 2007. Conforme dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), sediada em Lima, Peru, o crescimento brasileiro no período foi de 5,3%, levemente inferior aos projetados 5,5% para a média atual dos países da América Latina e Caribe.

Os países que mais cresceram na região no ano passado, do ponto de vista da geração de riquezas em todos os setores da economia, foram o Panamá (9,5%), Argentina (8,5%), Venezuela (8,3%), Peru e República Dominicana (8%) e Uruguai (7,4%).

Os níveis registrados em 2007 reforçam a projeção de quebra da média histórica do crescimento econômico na região, além de caracterizar o amadurecimento do mais longo período de crescimento sustentado desde o início dos anos 80s, quando o conjunto das atividades produtivas começou a registrar taxas anuais superiores a 4,5%.

O desempenho da economia brasileira em 2007 chamou a atenção dos técnicos da OIT, tendo em vista a diferença substancial alcançada em apenas um ano: em 2006 o PIB cresceu 3,7% e, no ano passado, a projeção indica um salto para 5,3%. Para a instituição, o avanço brasileiro se deveu basicamente à expansão dos investimentos públicos e privados na infra-estrutura.

Nesse particular, Lula reafirma que o crescimento sustentado do País está firmemente amarrado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujos inúmeros projetos aprovados para o setor da infra-estrutura vão contribuir de modo expressivo na geração dos empregos e, em resultado, na melhoria da renda e da qualidade de vida.

Lula esbanja otimismo com as seguras evidências do ciclo de crescimento econômico recém-iniciado e acredita que o mesmo terá longa duração. O IBGE, por sua vez, confirma que o rendimento médio do trabalhador brasileiro aumentou 7,7%, e que o percentual de pessoas trabalhando com carteira assinada evoluiu de 39,7% em 2003, para 42,4% em 2007.

Voltando ao PAC, o presidente garante que muitas obras estão contratadas e os recursos empenhados, com o início da execução marcado para os meses de março e abril, especialmente nas regiões metropolitanas e em várias outras cidades. Só não precisaria ter dito, até pela recorrência da cantilena dos governantes, que o País será transformado num autêntico canteiro de obras… justamente em ano eleitoral.

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