Cresce parcela de mulheres responsáveis pela renda domiciliar

Em agosto deste ano, segundo o IBGE, 2,7 milhões de mulheres trabalhadoras eram as principais responsáveis pelos seus domicílios no total das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). As mulheres que respondem pela renda domiciliar representavam 29,6% do total das mulheres ocupadas nas seis regiões. O porcentual foi maior do que o apurado em agosto de 2002 (28,7%).

Os resultados da pesquisa divulgada hoje mostraram que estas trabalhadoras tinham entre 40 anos ou mais de idade (62,9% do total), apresentando idade média (43,5 anos) superior à das trabalhadoras em outras condições no domicílio (34,6 anos). Eram também, menos escolarizadas que a média da população feminina ocupada. Metade delas não tinham cônjuge e moravam com seus filhos.

Os resultados apontam ainda que a inserção desse grupo de mulheres responsáveis pelo domicílio no mercado de trabalho se dá através de postos de trabalho informais (sem carteira de trabalho assinada e por conta própria), sendo que 29,8% do total estão neste grupo de informais. A pesquisa destaca que 21,9% dessas mulheres eram trabalhadoras domésticas.

Em termos regionais, o maior porcentual de trabalhadoras responsáveis pelo domicílio no total de mulheres ocupadas foi registrado em Salvador (35,7%), seguida de Porto Alegre (35,3%). Em São Paulo, o porcentual foi de 28,1%.

A pesquisa do IBGE sobre as mulheres responsáveis pelos domicílios nas seis principais regiões metropolitanas do País mostrou que elas tinham rendimentos maiores, ainda que com jornadas semanais mais longas que as demais ocupadas. Segundo a pesquisa, 12,7% destas trabalhadoras tinham rendimentos iguais ou superiores a cinco salários mínimos, percentual que foi superior ao estimado para a média da população feminina ocupada na mesma faixa de rendimentos (10,4%).

A jornada das responsáveis pelos seus domicílios era de 39,2 horas semanais em agosto, ante 38,7 horas das demais mulheres ocupadas. Os rendimentos, ainda que maiores que os da média da população feminina ocupada, "ainda eram precários", segundo comentam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa. Das mulheres nessas condições, 78,6% recebiam menos de três salários mínimos.

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