CPI começa acareação para descobrir valores movimentados por Valério

Começou a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a compra de votos que irá ouvir o empresário Marcos Valério de Souza e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. É a primeira vez que os dois participam de uma acareação desde que surgiram as denúncias envolvendo o publicitário mineiro e o partido no suposto esquema da compra de voto de parlamentares da base aliada.

O relator da CPMI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), explicou no início da reunião que o objetivo da acareação é descobrir quais são os valores reais movimentados pelo esquema de Marcos Valério. "Há diferenças substanciais com relação às quantias entregues e recebidas por cada beneficiário", disse. Segundo ele, a diferença é de "milhões de reais".

Ele disse que os depoentes não irão debates entre si, mas apenas responder às perguntas dos parlamentares. Abi-Ackel afirmou que tem consciência de que cada depoente irá reafirmar o que já disse na Comissão. "Não tenho ilusões com relação ao que vamos obter aqui", falou. Mas segundo o deputado, é necessário formalizar essas informações, para saber quem está mentindo. "Para se fazer uma colocação desse tipo, é preciso ter certeza".

Os advogados de todos os depoentes terão direito de conversar com advogados durante o depoimento. Delúbio conseguiu um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal para que respondesse apenas às questões que quisesse.

Já estão na sala Delúbio Soares, Marcos Valério, o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, que renunciou ao mandato de deputado federal, e a ex-funcionária da SMP&B (agência de publicidade de Marcos Valério) Simone Vasconcellos. Ainda devem participar da acareação o assessor do PP João Cláudio de Carvalho Genu; o tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, e o ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino dos Santos. Todos estariam envolvidos, de alguma forma, com o esquema de repasse de recursos de Marcos Valério.

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