Copom cortará juros em 0,50 ponto porcentual, aposta mercado

Brasília (AE) – O mercado financeiro acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) cortará os juros em 0,50 ponto porcentual na reunião da próxima semana. A Selic, com isso recuaria dos atuais 19,50% e chegaria a 19%ao ano, a menor taxa de juros nominais desde fevereiro. Seria o segundo corte consecutivo na taxa. De acordo com as estimativas dos analistas de mercado, a taxa de juros continuaria caindo 0,5 ponto porcentual em novembro e também em dezembro, chegando a 18% no fim do ano. Esses dados constam da pesquisa semanal Focus, divulgada hoje (10). O Banco Central ouve mais de uma centena de instituições financeiras nessa pesquisa.

O comportamento das tarifas públicas fez com que alguns analistas revissem suas apostas. Depois de duas semanas em que ficou estável em 5,21%, a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma ligeira elevação, passando para 5,22%. As projeções de reajuste dos preços administrados neste ano subiram de 7,38% para 7,50%. Apesar de maior, o porcentual ainda é inferior aos 7,80% esperados pelo Copom na reunião de setembro. O comportamento das previsões de alta dos preços administrados pode ser explicado pelo encarecimento dos combustíveis derivados do petróleo.

Na pesquisa Focus, o tom negativo das previsões de inflação deste ano foi contrabalançado por uma redução das estimativas de IPCA para 2006 de 4,63% para 4,60%. A terceira queda consecutiva destas expectativas serviu para deixar o porcentual projetado mais próximo da meta central de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o próximo ano. A diminuição, neste caso, pode abrir espaço para um novo corte dos juros, tendo em vista que as decisões adotadas neste ano terão efeito sobre o comportamento dos preços em 2006. Os preços administrados, de acordo com os dados da pesquisa do BC, teriam no próximo ano uma elevação de 4,80%.

A pesquisa do BC registrou, ao mesmo tempo, a sexta elevação seguida das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Com o novo aumento, as projeções passaram dos 3,29% da semana passada para 3,30%. Apesar disso, o porcentual ainda é inferior aos 3,4% esperados pelo próprio BC. Mesmo assim, a dívida líquida do setor público fecharia o ano em 51,5% do PIB, porcentual quase idêntico aos 51,7% do PIB do ano passado.

Para 2006, os analistas apostam que a economia terá uma expansão de 3,50%. Neste cenário, a dívida líquida teria espaço para sofrer uma redução de um ponto porcentual e recuar de 51 50% para 50,50% do PIB.

Câmbio – As intervenções no mercado de câmbio feitas na semana passada pelo BC não provocaram grandes alterações nas estimativas de mercado para o comportamento da taxa cambial. Para o fim deste ano, as previsões continuaram estáveis em R$ 2 35 e as estimativas para o final deste mês ainda recuaram de R$ 2,30 para R$ 2,28.

As expectativas de câmbio para o fim de 2006 também não se mexeram e permaneceram em R$ 2,56. Mesmo assim, as previsões de superávit da balança comercial neste ano subiram de US$ 41 bilhões para US$ 41,54 bilhões e as estimativas para 2006 ficaram inalteradas em US$ 35 bilhões. A estimativa de superávit para o próximo ano é superior aso US$ 29 bilhões esperados pelo BC.

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