Controladores dizem que pane ocorre com freqüência

Controladores de tráfego aéreo consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo informaram que o problema que ocorreu ontem no Cindacta 1 é comum e acontece sempre nas regiões de Brasília, Rio e São Paulo, mas de forma isolada. A dificuldade, ontem, é que se estendeu para todo o sistema. A pane no terminal informatizado de comunicação impediu que as informações dos planos de vôo repassadas pelos pilotos chegassem ao controle do tráfego aéreo ou fez com que chegassem aos sargentos-controladores com atraso.

?Freqüentemente isso acontece em um console (mesa onde tem o radar que controla as aeronaves), ou em uma região que controla um corredor de aeronaves, mas não é comum no sistema todo?, declarou um controlador, que já enfrentou esta situação em outras ocasiões. ?O que aconteceu hoje (ontem) de manhã repete o filme que vimos em 4 de dezembro, quando todo o sistema de comunicação entre pilotos e o centro parou de funcionar. Os defeitos aconteciam isoladamente, até que aconteceram em conjunto, gerando o apagão. Nós dizemos e insistimos que os problemas persistem e que, desde aquele dia, nada aconteceu, nada mudou?, desabafou outro controlador.

Para ele, ?a única diferença é que, agora, existem oficiais supervisores de plantão, que acompanham a nossa aflição com os problemas que acontecem ali no dia-a-dia?. Este controlador contou que até o novo comandante apareceu lá para ver de perto o que estava acontecendo.

Segundo esse controlador, quando ocorre este tipo de pane, que é freqüente, a identificação da aeronave some do radar, ficando apenas o seu código de transponder, mas sem relacionar se o vôo é TAM ou Varig, por exemplo. O mais grave, no entanto, é quando há troca de identificação, como houve ontem, quando a correlação estava feita com o vôo errado, por causa de pane no sistema, pois fica difícil identificar exatamente que aeronave é aquela.

A major Tiba, que é responsável pelo sistema, esteve no Cindacta 1 para ver o que estava acontecendo e conversou com o comandante da Aeronáutica para tentar esclarecer o problema. Chegou a dizer ao comandante que era melhor que se mantivesse o sistema funcionando manualmente porque ?os dados não eram confiáveis?, até que todo o sistema fosse restabelecido.

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