Conselho de Economia diz que impacto do mínimo regional será positivo

O presidente do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-Pr), o economista Sérgio Hardy, critica a polêmica criada em torno da proposta do governador Roberto Requião de criação do salário mínimo regional no Paraná. ?As manifestações que alardeiam o desemprego e o fechamento de empresas não encontram respaldo nas experiências e nos dados das economias que já adotaram o piso regional. A adoção de um salário mínimo regional de R$ 427 não vai trazer conseqüências alarmistas como apregoam os que são contra o aumento no Paraná?, afirma.

Segundo ele, haverá o mínimo regional proposto por Requião vai trazer benefícios para a economia paranaense. ?Em 2001, os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul adotaram a medida e não há registro e divulgação de crescimento do desemprego e de falências. Os dados apontam que o aumento de custo para as micro e pequenas empresas tem que ser relativizado pelo peso que os salários iniciais têm no custo total da folha de pagamento. Nada que uma política inteligente de compensações não resolva o problema?, explica.

?O debate é positivo. É importante que a sociedade civil e os poderes públicos (Governo do Estado e Assembléia Legislativa) discutam em profundidade o assunto, mas precisamos nos ater aos indicadores que demonstram que o salário mínimo regional traz impactos mais positivos do que negativos para a economia?. Ele esclarece que os dados da RAIS/2004 informam que o salário mínimo representa, em média, 30% da folha de pagamento e que este impacto tem repercussões mínimas.

?Se considerarmos que o custo da mão de obra representa 30% dos custos totais, o impacto do aumento de 25% no piso regional (de R$ 350,00 para R$ 437,00) repercutiria 2,25% (25% x 30% x 30%) no custo final das pequenas empresas. A recente queda da taxa de juros, a perspectiva de um maior crescimento da economia em 2006 e as medidas compensatórias já adotadas superam esse impacto de custo para as micro e pequenas empresas?, detalha Hardy.

Para ele, uma política para o salário mínimo deve buscar o resgate social, deve reconhecer que a pobreza é um dos grandes entraves para o nosso crescimento e deve entender que esses avanços contribuem para construir e fortalecer a cidadania no país. ?Acredito que os ganhos futuros e a construção de um país com menos desigualdades serão reflexos do salário mínimo regional. Que bem administrada a nova realidade, poderá haver crescimento da economia paranaense, aplicando-se as compensações para que as pequenas e médias empresas assimilem o aumento de custo?.

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