CNI quer de candidatos compromisso com reformas

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse nesta quinta-feira (24) que a entidade vai insistir na agenda de reformas estruturais como forma de acelerar o crescimento econômico do País. "Nós vamos insistir porque, como diz um velho ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", afirmou Moreira Ferreira, durante apresentação do documento intitulado "Crescimento, a Visão da Indústria", que será entregue pelo setor industrial aos candidatos à presidência da República.

Moreira Ferreira informou que estão detalhados, no documento, os dez temas que, na visão da indústria, são prioritários para a promoção de um crescimento mais intenso da economia. São eles: redução do gasto público (com foco na reforma previdenciária), reforma tributária, modernização de infra-estrutura, melhores condições de crédito, reforma nas relações de trabalho, desburocratização, inovação tecnológica, educação, política comercial externa e marco regulatório do meio ambiente.

O presidente da CNI reconheceu que os temas não são novos e que o setor já defendia a sua necessidade em 2002, durante a campanha eleitoral em que se elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Sabemos que não são temas novos, mas são fundamentais para se ter um País desenvolvido", sustentou. "Acreditamos que insistir é o nosso papel, o que significa pressionar democraticamente".

Anfavea

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogélio Goldfarb, afirmou hoje que o presidente Lula deixou claro, no jantar de ontem à noite, a sua urgência em fechar um programa de governo que possa ser executado já a partir de janeiro.

O empresário afirmou, no entanto, que em nenhum momento Lula deixou transparecer o clima de "já ganhou". Segundo ele, o presidente, em todos os momentos, usou a expressão "se for vitorioso", mas deixou claro o senso de urgência em ter uma pauta pronta para janeiro.

Segundo Goldfarb, o jantar serviu para discutir uma agenda de competitividade, para enfrentar a concorrência de países como a Índia e a China. De acordo com o relato do empresário, falou-se muito da necessidade de se ter crescimentos na economia maiores e mais sustentados e da necessidade de promover ajustes ficais.

Ele disse também que a educação foi um tema muito discutido. O empresário disse que a situação da Volkswagen não foi assunto do jantar, mas ressaltou que é preciso entender que existe um cenário competitivo muito duro no setor automotivo.

Para Goldfarb, existem ineficiências fiscais que afetam as exportações do setor, como, por exemplo, a cobrança da CPMF sobre as exportações e a falta de compensação dos créditos de ICMS.

Segundo ele, essas eram questões que podiam ser superadas quando o câmbio estava mais favorável. Mas, agora, com o real valorizado, essas ineficiências precisam ser eliminadas. "Temos que olhar os nossos competidores lá fora. Não adianta olhar só para dentro, mas também é preciso olhar para fora", disse.

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