CCJ do Senado aprova punições mais rigorosas para lavagem de dinheiro

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quinta (18) alterações na Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/98), que integra o pacote de antiviolência em votação na Casa. A proposta segue agora para votação em plenário.

A proposta aumenta a pena de dez para 18 anos e que torna o crime de lavagem de dinheiro inafiançável, acabando com a liberdade provisória dos envolvidos. No caso em que a fiança for possível, será fixada proporcionalmente aos bens e valores envolvidos na infração penal. A proposta também autoriza o julgamento do réu à revelia.

Ainda de de acordo com o projeto de lei, o confisco dos bens obtidos através da lavagem de dinheiro não será mais apenas sobre o valor desviado, mas sobre ?o valor do ganho do criminoso?. Já a reapropriação de bens ilícitos será estendida também a estados e ao Distrito Federal, e não apenas em favor da União, como hoje prevê o Código Penal.

As instituições bancárias também terão que ter maior controle sobre a movimentação financeira dos seus clientes, efetuando comunicações à polícia e ao Ministério Público de operações suspeitas. Em caso de descumprimento, essas instituições podem ser multadas, e o valor máximo passou de R$ 200 mil para R$ 20 milhões.

Em caso de ocultação e dissimulação de dinheiro de origem ilícita, o valor será automaticamente classificado como crime de lavagem de dinheiro. Atualmente, enquadra-se nesse tipo de crime apenas os casos de tráfico ilícito de entorpecentes; terrorismo e seu financiamento; contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção; extorsão mediante seqüestro; crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional; crimes praticados por organização criminosa e crimes praticados por particular contra administração pública estrangeira.

?O dinheiro expropriado pelas quadrilhas é uma riqueza oculta. É preciso dar condições de não só fiscalizar como de reaver o dinheiro que é roubado, do produto do tráfico, do contrabando e da corrupção?, assinalou o senador Aloísio Mercadante (PT-SP), integrante da CCJ.

A expectativa dos senadores é concluir, já na semana que vem, a votação do pacote antiviolência. Pontos polêmicos precisam ainda ser debatidos, como a redução da maioridade penal e o monitoramento eletrônico dos presos.

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