Carga pesada

O presidente da poderosa Confederação Nacional da Indústria (CNI), empresário Armando Monteiro Neto, ao fazer o lançamento da Agenda Legislativa da Indústria para 2005, apontou na carga e complexidade da política tributária o alvo prioritário de seu lobby no Congresso Nacional.

Monteiro causou mal-estar e gerou polêmica com líderes do governo no Congresso, ao afirmar que o viés oposto ao crescimento verificado hoje no País tem sua causa primeira nos impostos.

A carga tributária total do País, calculam os economistas, atingiu no ano passado o nível recorde de 36% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o presidente da CNI, os gastos com pessoal subiram 12% e o custeio, 25%. A esse panorama adverso, cujos limites ameaçam ficar fora de controle, Monteiro atribuiu a magnitude assumida pelo quadro de desobediência civil, traduzido pelos volumes da sonegação e informalidade.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em defesa do governo, afirmou que entidade da relevância da CNI não deveria conduzir o debate para esse terreno perigoso, alertando que a carga tributária não cai devido à elevada dívida brasileira e sua má qualidade.

Monteiro Neto replicou que a carga tributária é alta porque o governo gasta mal e não controla suas despesas, fazendo o clima azedar de vez. Sobretudo ao citar a MP 232, que aumenta o imposto de renda das empresas de serviços. "Famigerada" e "malfadada" foram as expressões mais amenas usadas pelos empresários para classificar a medida provisória, antecipando de certa forma o seu destino.

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