União Européia mantém Farc em lista de organizações terroristas

A União Européia (UE) reafirmou nesta terça-feira (22) que não excluirá as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de sua lista de organizações terroristas apesar de pedidos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "A resposta é ‘não’. Não existe motivo para mudar nossa posição", afirmou o chefe de política externa do bloco, Javier Solana, após conversa com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Chávez defendeu que as Farc deveriam deixar de ser consideradas terroristas depois que ajudou a mediar a libertação de duas reféns mantidas pelas guerrilhas no começo do mês.

Os Estados Unidos, o governo da Colômbia e países europeus como a França e a Alemanha já recusaram a idéia de Chávez. Solana disse que Uribe tinha pleno apoio da UE em sua luta contra os rebeldes. "Os terroristas não têm desculpas", disse. A Colômbia acusa as organização guerrilheira de manter mais de 700 reféns. A UE acompanhou os EUA e considerou as Farc – a maior e mais antiga força rebelde da América Latina, com cerca de 14 mil milicianos – uma organização terrorista em 2002, proibindo ajuda econômica ao grupo.

Uribe agradeceu à UE pelo apoio. Ele disse ter conversado sobre um novo esforço de mediação liderado pela Igreja Católica Romana e que já conta com o apoio da França, Espanha e Suíça para a libertação dos reféns. O presidente colombiano também busca o apoio europeu para a criação de uma missão médica internacional para assistir os reféns, muitos dos quais estariam com problemas de saúde no meio da floresta amazônica.

Interlocutor Permanente

Nesta terça-feira, o governo da Colômbia sugeriu, em Bogotá, que as Farc deleguem Rodrigo Granda, ex-guerrilheiro encarcerado e depois libertado, como o interlocutor permanente entre a guerrilha e o governo da Colômbia, para discutir uma troca humanitária de guerrilheiros presos pelo governo por reféns das Farc. Em Bruxelas, Uribe pediu a aceleração de negociações para o estabelecimento de um acordo de livre comércio e cooperação entre o bloco europeu e a Comunidade Andina, formada pela Colômbia, Peru, Bolívia e Equador.

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