Sem terra pedem 40 fazendas para não invadir

Belém (AE) – Para suspender a onda de invasões que tomou conta da região nordeste paraense nos últimos 15 dias, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST), está exigindo do governo federal a desapropriação de 40 fazendas para assentar mais de 6 mil famílias. O coordenador da Fetraf no Estado, Raimundo Nonato de Souza, disse que as fazendas onde as famílias querem ser assentadas estão localizadas em terras da União e do Estado.

?Não aceitamos que fazendeiros criem gado ou madeireiros derrubem a floresta em áreas onde vivem e trabalham populações tradicionais, ribeirinhos e quilombolas?, afirmou Souza. Ele defende uma ação conjunta do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para garantir às famílias da região o direito de regularização das terras.

O líder dos sem terra aproveitou para criticar a morosidade do Incra na criação de assentamentos, dizendo que os agricultores ?não querem esmola nem caridade do governo?, mas apenas que a lei de acesso e distribuição da terra seja cumprida ?O grande problema do Incra é muita reunião e pouca ação. O órgão é dominado por uma burocracia infernal, que atrasa tudo o que é discutido nas reuniões com os movimentos sociais?, acusou Souza.

O superintendente do Incra, em Belém, Cristiano Martins, afirmou que desde 2003 foram criados 162 projetos de assentamento que beneficiaram 34.561 famílias. A área total dos projetos criados corresponde a 804.166 hectares.

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