São Paulo tem suspeito de matar mendigos

São Paulo

– A partir do depoimento de uma testemunha, na manhã de ontem, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) conseguiu fazer o retrato falado de dois supostos agressores de moradores de rua, na região central de São Paulo. No total, 16 foram espancados a pauladas – seis deles morreram. Os dez feridos permanecem internados em estado grave. Segundo o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, da 3.ª Delegacia do DHPP, a testemunha suspeitou de uma moto e de um carro preto na Praça da Sé, cerca de uma hora antes do início das agressões, na madrugada de quinta-feira. No entanto, a testemunha não presenciou nenhum crime.

O delegado afirmou que a testemunha viu um homem branco, magro, com a cabeça raspada e um rabo estilo moicano, aparentando 25 anos, em uma moto grande, com outro rapaz na garupa; e um outro homem negro, forte, com bigode ralo, aparentando 30 anos, em um carro preto, com insufilme, rondando a praça da Sé. Outras quatro pessoas também estariam no carro.

Ainda de acordo com o delegado, a testemunha afirmou que o ocupante do carro acenou para o rapaz da moto. Os dois suspeitos usavam roupa preta, segundo informações da polícia. No entanto, o DHPP ainda não pode afirmar se a ação foi cometida por um grupo de intolerância, como os skinheads. Teixeira disse também que outras testemunhas do caso já tinham visto o carro preto rondando a região, o que está levando a polícia a crer que eles podem ser, de fato, os agressores. No entanto, até o momento, nenhuma hipótese foi descartada pelo DHPP.

O DHPP está à procura de um morador de rua, vítima da agressão do grupo, mas que, segundo uma testemunha, conseguiu fugir. “Ele pode nos ajudar bastante a desvendar o caso”, afirmou o delegado. Há outros relatos de testemunhas que viram homens em um carro preto dando golpes de canivete em moradores de rua cerca de 15 dias antes da chacina. As agressões ocorreram na madrugada de quinta-feira e no domingo. Os moradores de rua foram atacados a pauladas, na região da cabeça.

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, Pedro Montenegro, acredita que grupos organizados sejam os responsáveis pelas agressões.

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