São Paulo denuncia abandono na BR-116

Registro – Prefeitos do Vale do Ribeira, na região sul de São Paulo, vão pedir a interferência do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que o governo federal providencie com urgência a recuperação de trechos deteriorados da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba. Segundo o prefeito de Registro, Samuel Moreira da Silva Júnior (PSDB), presidente eleito do Consórcio para o Desenvolvimento do Vale do Ribeira (Codivar), o abandono da estrada atingiu um grau insuportável. “Não podemos aceitar a perda de vidas em razão da falta de conservação.”

A rodovia está parcialmente interditada na altura de Cajati em razão da falta de pavimento na cabeceira de um viaduto. Há um desvio nesse local onde passa um veículo por vez. De Registro a Miracatu, o mato invade a pista e em muitos pontos o asfalto se deteriorou. Essas obras, segundo ele, são emergenciais e devem ser realizadas de imediato. Os prefeitos querem também a duplicação dos 30 quilômetros de pista única na Serra do Cafezal, entre Juquitiba e Miracatu, onde ocorrem 80% dos acidentes.

A obra foi embargada por questões ambientais, mas os principais entraves, como a definição do traçado da nova pista, já foram resolvidos. Um relatório sobre a situação da estrada foi enviado, no fim do ano passado, ao Ministério dos Transportes. “Como estava no período de transição, a equipe do ministro Anderson Adauto teve acesso ao documento”, disse o prefeito. Os prefeitos terão também uma audiência com o ministro, em data a ser agendada. A BR-116 é usada como rota para o Mercosul e recebe principalmente veículos de carga. O tráfego médio é de 8 mil caminhões por dia.

Desabrigados

Além dos problemas com a rodovia, a região também está sendo assolada pelas chuvas. Subiu ontem para 420 o número de pessoas desabrigadas pela enchente do Rio Ribeira de Iguape na cidade de Registro. O nível do rio chegou a 5,60m ontem à tarde e os bairros Alay Correa, Vila São Francisco, Vila Nova e Jardim Valery estavam alagados. As 100 famílias estavam distribuídas em abrigos montados no Ginásio Mário Covas, Centro Social Urbano, salão paroquial da igreja matriz e Escola Estadual Alay Correa e recebiam atendimento da Defesa Civil.

Desde segunda-feira, a cheia do Ribeira já deixou mais de 1.200 desabrigados. Nos dias anteriores, as águas tinham atingido áreas urbanas e rurais de Sete Barras, Eldorado, Iporanga, Juquiá e Ribeira. Grandes áreas rurais de Iguape também estavam alagadas ontem. O acesso a bairros foi interrompido, mas até a tarde a enchente não tinha atingido a área urbana.

Voltar ao topo