Rebeldia do PMDB adia votação da Previdência

Brasília – Num rompante que pegou o governo de surpresa, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), quase pôs em risco ontem a votação da reforma da Previdência. A confusão atrasou em um dia a votação, em primeiro turno, da proposta previdenciária, que ficou para hoje, além de expor as tradicionais disputas internas no PMDB. O chefe da Casa Civil, José Dirceu, e os líderes aliados passaram o dia de ontem tentando evitar racha maior entre os aliados peemedebistas, mapeando votos e convencendo os dissidentes da base a votar com o governo. A expectativa, à noite, era de votação longa, hoje, mas com resultado favorável para o governo.

Mas, a tensão no Palácio do Planalto foi crescente, principalmente quando os tucanos aproveitaram a rebeldia de última hora do PMDB para também ameaçar votar em bloco contra a reforma. Afinal, o governo só conseguirá aprovar a proposta com a ajuda de parte dos votos dos partidos de oposição (PSDB e PFL). Ao fim do dia, depois de longas reuniões, uma delas no gabinete do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), a paz voltou a reinar no PMDB, sem que ficasse claro o verdadeiro motivo da rebelião de Calheiros.

“Foi uma turbulência que faz parte do processo. Estamos dialogando e recompondo o entendimento para votar a reforma”, afirmou, à noite, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Nem senadores peemedebistas conseguiam entender o comportamento do líder do partido no Senado. Alguns apostavam que Calheiros quis apenas valorizar os 20 votos da bancada ao governo.

Transição

Nas negociações para votar a reforma, o governo concordou ainda com a inclusão de uma regra de transição na emenda paralela para os servidores que tiverem tempo de serviço superior a 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres).

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