Promotores questionam lideranças da AL paulista

São Paulo – A manifestação em bloco dos líderes partidários na Assembléia Legislativa de São Paulo, que fizeram pesadas críticas aos promotores de Santo André, no Grande ABC (SP), responsáveis pelas investigações sobre a morte do prefeito Celso Daniel, é “mais um lance de um processo que visa a tolher a atuação do Ministério Público (MP)”.

O alerta foi feito ontem pelo Movimento Ministério Público Democrático, que repudiou a pressão dos deputados. O presidente da entidade, procurador Alberto Dib, destacou que as “primeiras evidências desse processo” são recentes pronunciamentos do chefe da Casa Civil, José Dirceu, que propôs controles para a instituição, e da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), pré-candidata à reeleição, que condenou “excessos” de promotores.

“O Ministério Público vê com grande preocupação a manifestação da Assembléia contra um trabalho profissional e isento”, declarou Dib, referindo-se à investigação sobre suposto esquema de corrupção em Santo André e à execução de Daniel. Os parlamentares sustentam que os promotores violaram a Constituição ao investigarem o deputado Donisete Braga (PT), por suspeita de envolvimento no crime.

Os promotores não investigaram Braga. O nome do deputado surgiu com a quebra do sigilo telefônico do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, preso em dezembro como suposto mandante do assassinato. O rastreamento indicou contatos entre Braga e o empresário. Dib defendeu “reflexão diante de atitudes corporativas e açodadas”.

Além dos promotores, a posição dos líderes vem sendo criticada por outras autoridades do Judiciário, que consideram exageradas as posições de vários deputados governistas sobre o tema.

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