Presidente do Senado pede retomada do diálogo entre governo e oposição

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu, em sua primeira conversa com os jornalistas no ano de 2008, a retomada do diálogo entre governo e oposição após o acirramento dos ânimos gerado pelo anúncio das medidas compensatórias de substituição da arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ( CPMF ).

– Na verdade, houve o compromisso de que não haveria aumento de impostos. Mas isso é uma história que precisa ficar pra trás para darmos início ao diálogo. Nós estamos numa época em que o casamento pode acabar e depois ser renovado. Não podemos permitir que governo e oposição se dêem as costas assim facilmente – disse Garibaldi.

Garibaldi disse discordar da avaliação dos Democratas quanto à suposta falta de credibilidade do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Para parlamentares do DEM, o pacote tributário anunciado, que inclui elevação do Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF) das operações de crédito e o aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro, violaria o compromisso que o líder firmou com os demais partidos para garantir a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União ( DRU) até 2011. Em entrevista na manhã desta segunda-feira, Jucá admitiu a quebra de acordo.

– Se o próprio líder admitiu, você tem uma manifestação de mea culpa. Não que Romero Jucá tenha sido o único culpado. Talvez ele tenha sido o menos culpado. Talvez não tenha sido nem culpado – disse o presidente, para quem o trabalho do líder do governo é "delicado".

Garibaldi também condenou as especulações sobre uma provável tentativa de "barganha" de votos favoráveis à medida provisória que aumentará a CSLL em troca dos recursos para as emendas parlamentares. Ele defendeu a preservação das emendas. Reportagens do fim-de-semana informam que uma das estratégias do governo para garantir a redução dos gastos é o corte desses recursos, principalmente os que dizem respeito às emendas de bancada.

– Isso eu não chamaria nem de barganha, mas de chantagem. Não acredito que deva ser tratado assim. Eu admito que se o governo tiver disposição para o diálogo, os parlamentares serão ouvidos. As emendas de bancadas precisam ser preservadas, principalmente aquelas que dizem respeito a obras maiores. As menores são subvencionadas pelas emendas individuais – afirmou. 

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