Policial militar diz que tropa está vulnerável no Alemão

Dois dias após o ataque que resultou na morte da policial Fabiana Aparecida de Souza, 30, a soldado da PM Livia Vieira, 23, disse à reportagem que os policiais lotados no Complexo do Alemão, zona norte do Rio estão preocupados.

“Nós estamos muito vulneráveis lá”, afirmou. A morte de Souza foi a primeira de uma policial feminina em UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Para Vieira, o fato de os traficantes conhecerem o terreno mais do que policiais facilita a ação dos criminosos.

Há dois meses na UPP do morro do Alemão, ela contou que, no momento do ataque, estava na localidade conhecida como Canitá.

Um morador, diz, passou de carro alertando sobre um grupo armado que se aproximava pela rua Joaquim de Queiroz, uma das vias de acesso ao Alemão.

“Foi muito rápido. Um tiro, depois outro, em seguida foram vários disparos. Só deu tempo da gente se abrigar.”

“Eles conhecem melhor as saídas, as vielas, os esconderijos, como fugir por uma mata e sair do outro lado. Então, é mais fácil eles terem um escape do que a gente”, disse.

Para a soldado, os criminosos tinham a intenção de atacar uma policial feminina e, com isso, assustar e desmotivar os policiais. Onze por centro do efetivo das UPPs são mulheres; no restante da corporação, elas são 9% do total.

Gratificação

Candidato à reeleição, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou hoje aumento de 50% na gratificação paga pelo município aos PMs lotados em UPPs. A prefeitura passará a pagar R$ 750 para os agentes, contra os R$ 500 atuais.

“É muito simbólico uma soldado como a Fabiana, que entra na Polícia Militar num momento diferente da PM e é brutalmente assassinada. O papel da prefeitura é apoiar”, afirmou o prefeito.

Segundo Paes, a ideia é ampliar a gratificação já neste mês. Mas afirmou que isso vai depender da análise da Justiça Eleitoral.

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