ONG Médicos Sem Fronteiras vai deixar favela do Rio

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que presta atendimento à população carente em 70 países, vai fechar seu único posto no Brasil. No dia 27, a clínica da entidade no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, vai encerrar suas atividades depois de atender quase 19 mil pessoas. O contrato com a prefeitura previa que em fevereiro do ano que vem a Secretaria de Saúde assumiria o posto médico, o único dentro da comunidade onde moram cerca de 200 mil pessoas. Mas o contrato não será cumprido.

Diante disso, o MSF desistiu também de abrir um posto na Vila Cruzeiro, favela do Complexo da Penha. O prédio será usado pelo grupo AfroReggae e suas oficinas de música e arte. “Tomamos a decisão de nos retirar porque não sentimos confiança de que a secretaria assumiria o projeto num futuro próximo”, conta Tyler Fainstat, chefe da missão da entidade no Brasil. “Acho que um dos maiores problemas aqui é essa paralisia burocrática. Estamos muito tristes em sair do Complexo do Alemão sem garantir a continuidade do atendimento.”

Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde informou que será escolhida uma Organização Social (entidade privada sem fins lucrativos) para administrar a clínica e que ainda está sendo estudado que tipo de programa será implementado no local. Porém, não há prazos definidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.