Número de mortos no acidente da TAM pode passar 185

O País amanhece sob o impacto do maior acidente aéreo da história do País. Por volta das 18h50 de terça, um Airbus A-320 da TAM, que fazia o vôo JJ-3054, procedente de Porto Alegre, não conseguiu pousar na pista molhada do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e explodiu ao se chocar contra um depósito da TAM Express e um posto de combustíveis, do outro lado da Avenida Washington Luís.

Pelo menos 185 pessoas teriam morrido. Outras 16, que estariam em terra, foram levadas com ferimentos para hospitais da região. Segundo informações da companhia aérea divulgadas durante a madrugada, havia 184 pessoas a bordo, sendo 178 passageiros e seis tripulantes. Entre os passageiros, havia 14 funcionários da TAM. Não havia notícia de sobreviventes entre os ocupantes do avião. Inicialmente, foi divulgado que havia 176 pessoas a bordo.

A companhia aérea confirmou a morte de pelo menos uma pessoa em solo – Michele Dias Miranda, funcionária da TAM Express, que morreu ao dar entrada em um hospital cujo nome não foi divulgado. Outros seis funcionários do depósito estão desaparecidos. A lista dos ocupantes do avião e dos funcionários da TAM Express está na página da empresa na internet (www.taminforma.com.br).

Segundo o coronel Jair Paca de Lima, comandante da Defesa Civil Municipal, até as 3h45 de hoje 56 corpos haviam sido retirados dos escombros do depósito de cargas da TAM Express e da aeronave. Lima não soube informar dentre os 56 corpos quantos estavam no Airbus A-320 e quantos estavam fora da aeronave. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) Central.

O coronel disse ainda que pelo menos 27 imóveis localizados na região do acidente foram interditados provisoriamente. Nesta manhã, foi identificado o nome da primeira vítima do acidente: trata-se do empresário Oswaldo Luiz de Souza, de 49 anos, que foi atingido pelo muro que caiu ao lado do depósito da TAM Express.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que não há previsão para que ocorra da liberação de ambas as pistas da Avenida Washington Luís junto ao Aeroporto de Congonhas, já que há muitas equipes do Corpo de Bombeiros, veículos do IML, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e viaturas das polícias Civil e Militar no local.

Após o acidente, o Aeroporto de Congonhas foi fechado e os vôos foram desviados para outros aeroportos, principalmente para os de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas. A Infraero deve decidir sobre a reabertura de Congonhas na manhã de hoje. Às 6h, a companhia divulgou que 19 vôos previstos para pousar hoje em Congonhas haviam sido cancelados.

Vários passageiros de vôos que foram cancelados na noite de ontem e remarcados para esta manhã no Aeroporto de Congonhas já passam pelas filas do check-in do aeroporto, que só vai operar nesta manhã pela pista auxiliar, pois a principal passará por uma vistoria.

As causas do acidente serão investigadas pela Aeronáutica, mas aeronautas apontam a falta de ranhuras na pista principal de Congonhas como possível causa do acidente. A pista foi reaberta no dia 29, depois da reforma, sem as ranhuras de escoamento da chuva, que têm de esperar um mês para o concreto novo se consolidar. Já a Infraero não descarta erro do piloto do Airbus. A caixa-preta do imóvel foi localizada no início desta madrugada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou toda sua agenda externa de hoje e as viagens que faria amanhã e sexta-feira. Lula criou um gabinete de emergência para discutir o acidente. O gabinete incluiu os ministros Waldir Pires (Defesa), Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Franklin Martins (Comunicação Social). Lula determinou que o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, fosse para Congonhas.

Em comunicado, o presidente se declarou "consternado" e decretou três dias de luto no País em memória das vítimas do acidente. O porta-voz da Presidência, Marcelo Bauchman, informou que o governo não fará nenhuma avaliação sobre as possíveis causas do acidente até que as investigações estejam concluídas.

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