Não há como fugir. Reforma tributária será superficial

Rio (AG) – Enquanto a proposta de reforma da Previdência dos da 27 estados e do governo federal saiu mais rigorosa do que o previsto pelos economistas, a reforma tributária será mais superficial, dizem os analistas. Mas eles reconhecem que, com o elevado endividamento público brasileiro, seria impossível fazer, nesse momento, uma reforma mais profunda, que diminuísse a pesada carga tributária do país.

A posição é praticamente consensual entre ao analistas. “O Brasil não tem condições de abrir mão de receita alguma. Só será possível reduzir a carga tributária, desonerando o setor produtivo e facilitando o crescimento econômico, quando a dívida pública diminuir”, diz Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC. Hoje, o endividamento público brasileiro corresponde a 56,64% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas pelo país).

Melhoria

O ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega acredita que, mesmo superficial, a reforma tributária melhorará a competitividade das exportações brasileiras, levando a um maior crescimento do PIB. Melhorar a competividade, aliás, foi uma das promessas do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu coordenador de campanha, o atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Aliada à reforma da Previdência, que permitirá uma redução mais forte dos juros, diz Mailson, tornará a economia brasileira mais dinâmica. “A reforma tributária que o governo vai fazer é a possível.”

O professor de finanças públicas José Cezar Castanhar concorda com seus colegas na analistas. Para ele, os ganhos obtidos para o País com a reforma tributária serão de longo prazo. “A curto prazo, não haverá ganho fiscal. Para o governo federal, dado às negociações que terá que enfrentar com os estados, na melhor das hipóteses será mantida a arrecadação”, diz Castanhar.

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