Mudança não é retaliação, diz PL

Brasília  – O senador Demósthenes Torres (PFL-GO) disse ontem que a sua proposta de mudar a denominação do cargo de procurador da República para promotor de Justiça federal não é uma retaliação do Palácio do Planalto. Se a sugestão for aprovada pelo plenário do Senado e da Câmara, todos os integrantes do Ministério Público, seja estadual ou federal, serão chamados de promotores. “Apresentei a proposta na metade do ano passado”, disse o senador. “Sou do PFL, partido que faz oposição ao governo. Nesse caso, temos de isentar o governo de culpa”, afirmou.

Aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a proposta foi criticada por integrantes do Ministério Público Federal, que se consideraram alvos de sanções do governo por causa do recente episódio envolvendo o ex-assessor Waldomiro Diniz, pivô do maior escândalo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-membro do Ministério Público de Goiás, Torres nega que isso tenha ocorrido. “Parece mais uma síndrome de perseguição do que outra coisa”, afirmou.

Para justificar a proposta, Demósthenes afirmou que a mudança daria uma identidade maior aos representantes do Ministério Público e evitaria confusões na sociedade, pois todos teriam a denominação de promotor. Ele disse que apresentou sugestão semelhante para que todos os magistrados brasileiros passassem a ser chamados de juízes.

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