Microcamp é acusada de usar ONG em golpe

O presidente da organização não-governamental (ONG) Educa São Paulo, Devanir Amâncio, deve protocolar hoje na Câmara Municipal de São Paulo um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a venda de cursos da rede Microcamp. Funcionários da escola estariam usando o nome da ONG para oferecer falsas bolsas em cursos de computação e de idiomas da rede. As “bolsas”, no entanto, são parciais – o interessado tem de desembolsar R$ 300, em média.

A empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não autorizou nenhuma de suas unidades a usar o nome da Educa São Paulo e não tinha conhecimento do problema. A Microcamp também prometeu apurar a denúncia. Na internet, um site comercial com o nome Educa São Paulo fornece o endereço de uma unidade da Microcamp em Campinas.

Amâncio tomou conhecimento do uso do nome de sua ONG no fim do ano passado, quando a advogada Patrícia Araújo o procurou. “Outras pessoas já haviam me ligado, falando sobre cursos, mas eu não entendia o que estava acontecendo”, conta.

O trabalho principal da Educa São Paulo, fundada em 1988, é a criação de bibliotecas comunitárias para populações carentes. “É um desrespeito com a nossa entidade e também com a população. A empresa tenta esconder sua identidade”, diz Amâncio, que pretende encaminhar denúncia para o Ministério Público Federal (MPF).

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