Campo Grande (AE) – O Banco do Brasil concordou ontem com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), em conceder empréstimo para pagamento dos salários referentes a dezembro último, aos funcionários estaduais. No final da semana passada, Puccinelli ameaçou cancelar um contrato de quatro anos com a instituição financeira, caso fosse negado o empréstimo.
São R$ 135 milhões da folha líquida, a serem pagos em seis parcelas iguais, sem juros. A decisão foi tomada no início da tarde por diretores do BB que vieram de Brasília, logo depois que o governador lhes apresentou uma lista de vários bancos interessados em administrar a conta-salário do governo do estado. Em compensação, o contrato com o BB foi prorrogado por mais um ano.
O empréstimo foi fechado entre o banco e os sindicatos dos servidores, devido a impossibilidade do governo realizar operação do gênero. Puccinelli garantiu a quitação junto ao BB, beneficiando inclusive os quase 400 funcionários que estão com problemas de crédito na praça.
A crise no governo de Mato Grosso do Sul começou com a posse de Puccinelli. O novo governador acusou o seu antecessor, Zeca do PT, de deixar as finanças do estado em péssimas condições, além de dívidas a pagar. Além disso, Zeca do PT foi acusado de enviar para a Assembléia Legislativa aprovar uma lei que lhe concede uma pensão vitalícia de R$ 22,5 mil por mês, acirrando ainda mais as relações entre o novo governo e o anterior. Com o empréstimo para pagar salários atrasados, um dos problemas com maior extensão social começa a ser resolvido.