Maluf mentiu: a assinatura em documento é dele

O Ministério Público apresentou, ontem, dois laudos periciais que apontam que a assinatura do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (1993-1996), em dois documentos remetidos ao Brasil pela Justiça suíça, é legítima. Os peritos Edmundo Braum, da Academia de Polícia, e Ricardo Molina, da Unicamp (Universidade de Campinas), analisaram uma carta redigida em inglês e destinada ao banco UBS de Zurique, em 16 de dezembro de 1996, na qual supostamente Maluf doa o saldo de uma conta bancária na Suíça aos seus quatro filhos. Além disso, passou pela perícia um cartão de abertura de conta assinado por Maluf.

Essa conta, que tem o ex-prefeito como beneficiário, foi aberta em 5 de julho de 1985, no Citibank de Genebra, na Suíça. A conta tinha o nome de Blue Diamond, que em junho de 1994 foi alterado para Red Ruby. De acordo com o cartão, Maluf tinha poder para movimentar a conta sozinho, uma vez que podia assinar sem a necessidade da rubrica de outra pessoa. O ex-prefeito manteve a conta até janeiro de 1997. Depois, os recursos foram transferidos para Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha, onde estão bloqueados pela Justiça.

Segundo Braum, as assinaturas em ambos os documentos são autênticas. A mesma conclusão, no entanto, não pôde ser feita em relação aos documentos em que ela aparece, em razão de estarem xerocopiados, apesar de, de acordo com o perito, não terem apresentado vestígios de fraude ou adulteração.

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