Lula: política econômica não muda

Brasília – A semana serviu para confirmar que apesar dos boatos de queda do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a política econômica não muda, o arrojo continua e o presidente do BC está forte. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a políticos e ministros que o rumo da política econômica não altera. A explicação tem motivo: o governo é cada vez mais pressionado por aliados e ministros da área política.

Numa resposta direta às especulações do mercado financeiro e também aos integrantes do próprio governo que aumentaram as pressões nos últimos dias por mudanças na política econômica, Lula afirmou na sexta-feira que não fará nenhuma “aventura descabida” na economia. Ele garantiu que agirá com seriedade para garantir ao país um crescimento sustentável e não apenas uma bolha de crescimento.

“Tenho quatro anos de mandato, sei o que pesa no meu ombro. Não quero fazer nenhuma aventura descabida. Há milhões de brasileiros passando necessidades e temos a responsabilidade de cuidar deles como se estivéssemos cuidando dos nossos filhos. E isso só será possível se a gente fizer a economia crescer, se a gente gerar empregos e distribuir renda, porque com políticas paliativas a gente não resolve o problema da economia de um país”, disse.

“Nosso debate é como aprimorar a estratégia de crescer com estabilidade”, afirma o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Lula prometeu não brincar com os sinais do mercado e garantiu que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do BC são indispensáveis. Os aliados reclamam: há preocupação com o futuro dos candidatos governistas nas urnas em outubro por causa do desempenho econômico e da falta de recursos para os ministérios.

Lula já decidiu o limite de suas concessões às correções na economia: a conquista da estabilidade econômica obtida com o aperto fiscal. Ele não quer mudanças bruscas. Na quinta-feira, as reclamações na base deixaram os bastidores do governo e foram aos programas políticos dos aliados. O PL do vice José Alencar luta pela queda dos juros. “Com uma das maiores taxas de juros do mundo o setor produtivo quebra e só os banqueiros enriquecem”, diz o presidente do partido, deputado Valdemar Costa Neto (SP).

Para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), 2003 foi um ano muito duro para o governo e está na hora de inverter a lógica econômica: “Chegamos no limite do que podemos suportar. Está na hora de começar a apostar no crescimento”, afirma.

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